A Visita Pascal em Leça da Palmeira

Visita Pascal em Leça da Palmeira
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Joaquim MonteiroAo ver na comunicação social uma peça jornalística sobre a visita pascal em diversas localidades por esse Portugal fora decidi escrever, hoje, sobre a visita pascal em Leça da Palmeira.

Dizia-se, nessa reportagem, que nas grandes cidades esta tradição praticamente já não existe e que se mantém em muitas das aldeias. No entanto, referia-se ainda, verifica-se um movimento de retoma desta tradição secular em muitas localidades, aldeias, vilas e cidades, como forma de recuperar algo que fazia sentido para comunidade. Mais, em muitos dos casos, são os jovens que estão mais empenhados na reativação desta tradição.

Outro aspeto que destaco dessa reportagem é o facto de existirem diversas formas de visita pascal. Há localidades em que os membros das cruzes se deslocam de barco até às localidades, noutras vão de mota, inclusive o padre, noutras são os escuteiros que fazem a visita, noutras a cruz não entra nas casas das pessoas ficando numa certa praça e são as pessoas que se deslocam até lá para beijar a cruz. Noutras, ainda, a cruz em vez de andar no domingo de Páscoa anda na segunda-feira ou no domingo a seguir denominado de pascoela. Em alguns casos isto acontece por tradição, mas noutros é pelo simples facto de o mesmo pároco ter a seu cargo várias paróquias.

Creio que devemos valorizar o que temos.

Leça da Palmeira tem uma tradição que devemos preservar e que é uma das marcas da freguesia. Durante muitos anos a recolha das cruzes foi um dos símbolos de Leça da Palmeira e várias pessoas dos concelhos limítrofes se deslocavam a Leça da Palmeira para assistir a esse evento.

Mas mais importante que o «espetáculo» da recolha é a saída das cruzes, o denominado «compasso». Em Leça da Palmeira são vinte e oito as cruzes que saem para a rua, cada qual com cinco ou seis elementos, de forma a levar a todos os que assim desejarem a mensagem da ressurreição de Cristo. É um dia de explosão de alegria após os quarenta dias de contenção da Quaresma.

[h2]É cada vez maior o número dos que abrem a porta à Visita Pascal[/h2]

Muitos dos atuais leceiros não o são de origem, vieram morar para Leça da Palmeira. É curioso ver a surpresa de muitos deles ao saberem que em Leça da Palmeira, uma cidade, existe a visita pascal. Ainda bem que os conseguimos surpreender pela positiva e que, ano após ano, nos «prédios novos» é cada vez maior o número daqueles que abrem as portas para receber Cristo Ressuscitado.

Mas tão importante como a visita pascal são as cerimónias da Semana Santa. A adesão dos leceiros a estas cerimónias tem sido muito grande e espero que nos próximos anos seja ainda maior. Felizmente muitas pessoas começam a perceber que a Páscoa não é só o domingo de Páscoa. A «Semana Santa» é para os cristãos a «Semana Maior» e inclui as celebrações do Tríduo Pascal e da Missa da Ressurreição.

Devemos viver com serenidade este tempo pascal e abrir os nossos corações a Cristo Ressuscitado.

Por isso é que acho que devemos valorizar o que temos. Muitos portugueses já não conseguem ter o privilégio de ter nas suas localidades as cerimónias de Semana Santa nem a visita de Cristo Ressuscitado nas suas casas. Nós, leceiros, ainda somos uns privilegiados.

Até à próxima semana.

Saudações leceiras

Joaquim Monteiro

Fotos: Cláudia Camelo


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2 Comentários

  • Passo sempre a Páscoa fora de Leça da Palmeira com a Família mas, fico contente por um grupo esforçado de lecenses manterem esta tradição viva. Obrigado.

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