Juíza acusada de usar verbas da CV

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Cruz Vermelha terá pago 7505 euros a advogados por assessoria em 38 processos.

Uma denúncia anónima levou a PJ a fazer buscas, há um ano, nas instalações da Cruz Vermelha de Matosinhos, liderada por Joana Salinas. Em causa estavam suspeitas do uso de donativos da instituição, por parte da juíza desembargadora do Tribunal da Relação do Porto, para pagar a advogados projetos de acórdãos pelos quais a magistrada era responsável. O Ministério Público do Supremo Tribunal de Justiça acusou a juíza e a advogada Alexandra Sá de peculato. O processo chega hoje à fase de instrução.

A Cruz Vermelha terá pago 7505 euros a duas advogadas e um advogado estagiário para prestarem serviços de assessoria jurídica em 38 processos da Relação do Porto. Luís Fernandes Campos terá trabalhado em 10, Alexandra Sá 18 e a dezena restante terá tido intervenção de Joana Sá Pereira.

O então estagiário admitiu à PJ a sua participação nos factos, mas recusou ser pago pela instituição. Alexandra Sá, também vice-presidente da Cruz Vermelha de Matosinhos, terá recebido 1500 euros por mês como retribuição por projetos de acórdãos, entre outubro de 2012 e fevereiro do ano passado. Nas buscas ao gabinete de Joana Sá Pereira, a PJ descobriu uma nota de honorários no valor de 861 euros, com números dos processos por si tratados. Entendeu o procurador do Ministério Público que esta advogada agiu sem consciência da ilicitude, desconhecendo a ilegitimidade dos pagamentos, ao contrário de Alexandra Sá e Joana Salinas.

“É uma injúria gravíssima contra mim e é já entrar na loucura. Eu jamais faria uma coisa dessas”, afirmou Joana Salinas ao CM, no dia em que foram realizadas buscas. A juíza negou ao Supremo ter contratado advogados para fazer o seu trabalho no tribunal. Esta tarde, deverão ser ouvidas algumas das testemunhas no processo de Joana Salinas e amanhã será a vez de Alexandra Sá.

in CM


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