Adeus agosto. Não vais deixar saudades em Leça…

Capela da Boa-Nova
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Joaquim MonteiroEste ano o verão quase que não passou por nós. Temperaturas primaveris (e já com uma boa dose de exagero), céu demasiadas vezes carregado de nuvens, alguma chuva, noites que aconselharam o uso do casaco, enfim, a tradição já é o que era, como diz a sabedoria popular.
Queixam-se os veraneantes da falta de calor, os concessionários das praias da falta de utentes, os vendedores de bebidas e gelados da escassa procura.

Nem a notícia do jornal online E-economista que coloca a praia de Leça da Palmeira em quinto lugar das melhores praias do norte do país parece ter alterado a realidade da menor afluência à praia devido ao tempo.

Mas, em contrapartida, não me lembro de ver um agosto com os centros comerciais tão cheios. Mesmo nos dias de meio da semana era uma loucura. Não significa que se consumisse, mas que era um mar de gente, isso era.

Ao contrário de meses passados em que as iniciativas culturais/populares eram ao molho e em que a dificuldade residia na escolha perante tamanha oferta, agosto não trouxe nada de relevante para Leça da Palmeira. A não ser, talvez, o concerto dos GNR na noite de ontem.

Contrariamente a outras freguesias que apostam no mês de agosto para dinamizar ações «populares» para entretenimento das pessoas em férias, em Leça pouco se faz nesta altura do ano. A título de exemplo dou o Jardim de S. Lázaro onde em todos os fins de semana houve animação. Uma vez era a festa da francesinha, outra vez a do hambúrguer, outra a da cozinha tradicional, etc. O importante era dinamizar a economia local e atrair as pessoas ao mesmo tempo que lhes proporcionavam momento de convívio e de descontração que são fundamentais nesta época de férias. E esta ideia nem é original, pois lembro-me que a Junta de Leça do Balio fazia o mesmo no Parque das Varas, embora no mês de julho, onde todos os fins de semana havia um evento.

Até as televisões colaboram neste agosto cinzento: filmes e séries repetidas, reposições de concursos e apanhados.

Mas agosto ainda pode representar dificuldades acrescidas para algumas pessoas. A Câmara Municipal de Matosinhos, bem como a maioria dos serviços públicos, concentra as férias dos funcionários em agosto, nomeadamente na segunda quinzena, o que faz com que os serviços se encontrem encerrados ou a funcionar com os denominados serviços mínimos. Tem toda a lógica isto que a Câmara de Matosinhos faz, mas que causa incómodo aos utentes causa.

Mas este agosto também não deixa saudade porque viu partir uma figura que vai ficar para sempre na história matosinhense, enquanto autarca e homem da cultura, o Dr. Manuel Dias da Fonseca. Embora não tenha tido o privilégio de o conhecer pessoalmente, conheço o suficiente da sua obra para lhe prestar aqui a minha homenagem. Bem haja.

Até à próxima semana.

Saudações leceiras

Joaquim Monteiro


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