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Transcrevemos na íntegra o comunicado emitido pela Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL), relativo à avaria da Ponte Móvel no passado dia 8 de setembro cuja reabertura está prevista para o dia 25 de setembro.
“Na sequência da avaria da Ponte Móvel no dia 8 de setembro – a quarta desde 2013 e terceira desde 2018 – e da repercussão pública que esta circunstância tem vindo a causar designadamente pelos constrangimentos que daí advêm para a população que diariamente a utiliza, a APDL vem prestar os seguintes esclarecimentos:
A ponte móvel iniciou o seu funcionamento em julho de 2007. Tratando-se de uma ponte única no mundo, a sua manutenção e eventuais reparações revestem-se de enorme complexidade exigindo uma excecional mobilização de meios técnicos e humanos.
Desde a data da sua inauguração, a APDL tem em permanência contratos de manutenção com empresas da especialidade e cumpre os planos de manutenção rigorosamente.
Por outro lado, com o objetivo de evitar avarias e antecipar constrangimentos decorrentes de imprevistos, a APDL efetua vistorias semanais ao funcionamento da ponte móvel.
As avarias que a ponte móvel sofreu, em 2013, 2018, 2019 e agora em 2020, não estão associadas a questões de manutenção, mas sim à “gripagem” prematura das rótulas principais de movimentação dos tabuleiros.
As rotulas das articulações principais do tabuleiro que sofreram as referidas avarias originando a imobilização da ponte têm previsto, nos termos do caderno de encargos da sua conceção/construção, um período de vida útil superior a 40 anos tendo em consideração os ciclos de abertura diária considerados em fase de projeto os quais que se mantêm inalterados.
Na sequência da avaria ocorrida em março de 2018, uma vez que não era de todo expectável que peças com um período de vida útil expectável de 40 anos viessem a sofrer um desgaste tão prematuro com a “gripagem” repentina das rotulas, sem qualquer manifesto prévio de avaria, a APDL desencadeou uma série de procedimentos com o objetivo de identificar a causa destas recentes avarias. Mais ainda, com o intuito de antecipar outros eventos da mesma natureza, a APDL muniu-se de peças sobressalentes que permitissem, em caso de avaria, uma mais célere reposição da ponte em funcionamento.
Em paralelo, encontra-se em curso através de uma contratação com o INEGI – Instituto de Ciência e Investigação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, a monitorização e modelação tridimensional dos órgãos mecânicos da ponte móvel para tentar identificar, por outra via, para além dos estudos já efetuados, a origem e a causa deste desgaste prematuro de peças cuja vida útil deveria estar muito longe do fim e, deste modo, serem insuscetíveis de avarias.
Finalmente, em virtude da factualidade descrita, designadamente da avaria precoce de peças cuja vida útil expectável em termos contratuais ainda não está sequer a meio, a APDL depois de munida de toda a informação decorrente dos estudos atrás aludidos, desencadeará todas as diligências, no limite judiciais, necessárias a apurar responsabilidades sobre o eventual defeito das peças que têm vindo a causar as avarias.
A APDL lamenta profundamente a sucessão de avarias e os constrangimentos que estas têm vindo a causar à população e informa que a imobilização ocorrida no passado dia 8 de setembro terá um período estimado de 15 dias, prevendo-se a sua reabertura no dia 25 de setembro”.
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