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Se Matosinhos assim se chama, à lenda de Cayo Carpo o deve. Esta semana, a praia do Titã vai recuar à época romana para recriar a tradição que batizou a cidade.
Entre a próxima sexta-feira, dia 3, e o domingo seguinte, 5, a cidade acolherá uma reprodução fiel da tradição que acompanha a história local desde os primórdios.
Tradição essa que remonta ao ano 44 depois de Cristo (dC), quando a Península Ibérica era totalmente dominada pelos romanos e pelas bandas do que hoje é Matosinhos se preparava o casamento do palaciano Cayo Carpo com a nobre Cláudia Lobo. Foi então que os homens de Cayo Carpo entraram pelo mar dentro, só voltando a serem vistos tempos depois, trazendo vestes repletas de conchas e o cristianismo como nova religião.
E como surgiu a designação Matosinhos desde a lenda de Cayo Carpo? Tudo se deve às vestes ‘matizadinhas’ de vieiras que “explicam o uso daquelas conchas pelos peregrinos dos Caminhos de Santiago”, conforme descreve a autarquia na apresentação da iniciativa deste final de semana.
Recriação da Lenda de Cayo Carpo
Durante os três dias do evento, haverá uma feira romana e um cortejo da Lusitânia para receber o cônsul. Artesanato e combates de gladiadores. Um mercado de escravos e banquetes. Pantomineiros e músicos. Bailarinas, também. Até a reconstituição do casamento de Cayo e Cláudia.
“Um dos pontos principais será a recriação do momento em que Cayo Carpo e o seu cavalo encontraram no alto mar a barca de pedra onde viajavam os restos mortais de São Tiago a caminho de Compostela”, assinalou a autarquia.
Tudo para ver até “ao sol se pôr” no domingo, num recinto que terá entrada livre.
Para Guilherme Pinto, presidente da Câmara de Matosinhos, “esta é uma forma de manter vivo o património imaterial que é o cimento vivo da comunidade de Matosinhos, ligada desde os tempos mais remotos ao mar e à marinhagem, mas também à história da cristianização da Península Ibérica”.
Porto24