Translate
500 anos do Foral de Leça do Balio – Terra com História na História de Portugal
Hoje, dia 4 de junho de 2019, completam-se 500 anos sobre a data de atribuição do Foral a Leça do Balio pelo rei D. Manuel I. Tal facto reveste-se de uma grande importância histórica já que representou o definitivo alicerçar de Leça do Balio como uma entidade territorial e administrativa própria, “libertando-se” de anteriores jurisdições medievais. O Couto de Leça do Balio era constituído por cinco Freguesias: Leça do Balio, Custóias, São Mamede Infesta, Barreiros e Gueifães.
A história dos Forais é a história do território e das suas gentes e os 500 anos do Foral de Leça do Balio é uma excelente oportunidade para colocar em evidência este período importante da história Baliense, pela exploração das componentes históricas, patrimoniais, culturais e pedagógicas do documento e da época na qual ele foi produzido, e pela possibilidade de reflexão sobre a Cidadania e o Municipalismo na atualidade.
A importância de Leça do Balio no dealbar do século XVI, justificou que, em 4 de junho de 1519, o rei D. Manuel I lhe atribua uma carta de Foral (Novo). E em 1571, Leça passa a baliado e deixa de ser comenda (e passa a agregar uma série de comendas).
Para lá do seu Mosteiro e da importância das vias que a cruzavam, a freguesia sempre foi caracterizada também pela sua riqueza agrícola. Muitas vezes foi descrita como «a terra é muito fértil, aprazível e saudável (…) que o Rio Leça rega e fertiliza, ensombrado de basto e frondoso arvoredo…» Não admira pois que as práticas agrícolas tenham tido sempre uma expressão dominante na vida diária das populações da freguesia até aos nossos dias.
Ainda hoje são evidentes, um pouco por todo o lado, vestígios, muitos deles, ainda vivos e em utilização dos ritmos rurais e da cultura material a eles associados. Referimo-nos a espigueiros, moinhos e azenhas no rio Leça, palheiros e cabanas e amplas eiras em casas agrícolas que se afirma como sendo a riqueza destas terras e que explica também o aparecimento de algumas propriedades, possuindo importantes casas solarengas nos seus domínios. É o caso da Quinta do Alão, designada também por Quinta de Recarei, já existente nos finais do século XV e que possui um solar seiscentista, com intervenções dos séculos XVII e XVIII. Do século XVIII é também a casa senhorial da Quinta do Chantre, projeto de Nicolau Nasoni, encomendado pelo cónego da Sé do Porto, Domingos Barbosa. Uma terceira casa solarenga existente em Leça do Balio digna de nota é a Quinta de Fafiães. Todas elas se encontram classificadas como imóveis de interesse Público.
Atendendo ao significado e importância da data para a história local, decidiram a Junta da União de Freguesias de Custóias, Leça do Balio e Guifões e a Câmara Municipal de Matosinhos promover as comemorações 500 Anos do Foral de Leça do Balio, cujo programa se inicia no dia 1 de Junho e termina no dia 10 de Junho.
A “programação corrente” da União de Freguesias de Custóias, Leça do Balio e Guifões, que está associada às comemorações, inclui uma programa diverso que pode ser consultado na página da autarquia.
Relativamente à peça escultórica,verifiquei que não existe qualquer inscrição sobre o evento que pretende comemorar.
Será por esquecimento? ou qualquer cidadão terá que fazer um exercício de imaginação a que a mesma escultura significará.Aguardo um esclarecimento.