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Peças de ourivesaria, tapeçaria, mobiliário ou cerâmica assinadas pelo arquitecto Álvaro Siza, primeiro Pritzker português, vão estar patentes na exposição Siza Design, entre Fevereiro e Abril, em Matosinhos, numa exposição que tem associado um livro com o mesmo nome.
De 21 de Fevereiro a 26 de Abril, a exposição Siza Design estará de portas abertas na Galeria Municipal de Matosinhos, cidade natal do arquitecto, sendo esta uma iniciativa da autarquia em parceria com a Escola Superior de Artes e Design (ESAD), da mesma cidade.
Em antecipação à agência Lusa, o vereador com o pelouro da Cultura da Câmara de Matosinhos, Fernando Rocha, explicou que a autarquia – seguindo o exemplo nacional – consagrou 2015 como o ano do design, tendo escolhido começar com Álvaro Siza, “que, além de ser de Matosinhos, é um arquitecto de referência nacional e internacional”.
“Tem havido muitas exposições de Siza Vieira, mas sempre muito à volta da arquitectura. Mas, ao longo da sua vida, o arquitecto foi desenhando diversos objectos de design, uns associados à construção – puxadores de portas, cadeiras, etc. –, mas também se dedicou a desenhar outro tipo de peças, como jarras, cinzeiros, copos, taças”, disse Fernando Rocha.
Peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, luminárias, ferragens ou acessórios para equipamentos serão alguns dos objectos que estarão reunidos nesta exposição, que será comissariada pela arquitecta Maria Milano, incluindo os esquiços do próprio arquitecto.
Esta exposição surgiu na sequência do livro Siza Design, editado pela Artebooks. “A exposição vai ter também uma entrevista com o arquitecto Siza Vieira a explicar o que é que o levou a dedicar-se a desenhar peças que podem parecer de menor significado, mas que, pelo meu convívio pessoal, acho que neste momento são os objectos que lhe dão gozo desenhar”, acrescentou o vereador.
Em 1992, Siza escreveu na obra Sobre a Dificuldade de Desenhar um Móvel que “o objecto perfeito será um espelho sem moldura nem lapidado – o fragmento de um espelho – poisado no chão ou encostado a um muro. Nele um míope observa formas, sombras em movimento, reflexos de reflexos. Assim se alimenta o desenho”.
No livro pode ainda ler-se um texto de Maria Milano publicado na revista Experimenta, em Março de 2000, onde a comissária da exposição refere que “no processo projectual de Álvaro Siza os objectos contêm a carga de todos aqueles valores que estão presentes na materialidade das coisas, na sua verdade e essencialidade”.
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