Translate
Chegamos a dezembro. Não sei bem porquê, mas este é um mês especial. Talvez porque é o mês do Natal, talvez porque seja o mês em que mais se fala em solidariedade, ou simplesmente porque é o mês em que eu nasci.
Basta fazer uma pequena pesquisa no Google e constatamos que são inúmeros os depoimentos de pessoas que consideram dezembro um mês especial e as razões são as mais variadas possíveis.
Historicamente, dezembro vem do latim «decem», ou dez, era o décimo e último mês do primeiro calendário romano. Da mesma forma que setembro vem de «Septem», que em latim significa “sete”, era, portanto, o sétimo mês; outubro veio de »October» (oitavo) e novembro de «November» (nono).
Existem vários tipos de calendário. Todos os calendários se baseiam nos movimentos aparentes dos dois astros mais brilhantes da abóbada celeste, na perspetiva de quem se encontra na Terra – o Sol e a Lua – para assim determinar as diferentes unidades de tempo: dia, mês e ano. O dia, cuja noção nasceu do contraste entre a luz solar e a escuridão da noite, é o elemento mais antigo e fundamental do calendário. A observação da periodicidade das fases lunares levou à ideia de mês, e a repetição alternada das estações, que variavam de duas a seis, de acordo com os climas, deu origem ao conceito de ano, estabelecido em função das necessidades da agricultura.
Poderíamos ainda aprofundar mais esta questão e teríamos de falar em calendários siderais, lunares, solares e lunissolares. Mas depois teríamos de falar nos calendários religiosos e nas diferentes contagens do tempo, no facto de os muçulmanos ainda irem no ano 1437 e os judeus já irem no ano 5776.
Contudo, só quero falar da especificidade do mês de dezembro. Não há ninguém que lhe fique indiferente. O Natal, quer gostemos quer não, marca o mês de dezembro. São as ruas iluminadas, os cânticos de Natal, as pessoas a deambular pelas ruas a ver as montras decoradas, os grupos de cantares das janeiras, as campanhas de recolha de bens para os mais necessitados. Na televisão, não há série nenhuma que não dedique um ou mais episódios ao período de Natal.
Contudo, «Solidariedade» é, talvez, a palavra que mais se associa ao mês de dezembro. Neste mês multiplicam-se as iniciativas solidárias: peditórios, as caminhadas e corridas solidárias, os cabazes de Natal que as autarquias e os grupos paroquiais oferecem, etc.. Curiosamente, a própria diocese do Porto, aproveitando o facto de estarmos a iniciar o «Ano da Misericórdia», definiu que a dinâmica do Advento para este ano seria a recolha de bens para posterior distribuição pelos mais necessitados.
Já agora, deixo o meu apelo a todos os leitores para que não se acanhem e sejam solidários. É fácil, basta querer.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
Comentar