Do silêncio à criatividade nas bancadas despidas. O futebol durante a pandemia

Estádios sem adeptos
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Covid-19 tirou os adeptos dos estádios. Equipas usam inovação para minimizar impactos na performance dos jogadores.

A época ia a meio quando o mundo teve de parar por causa da pandemia provocada pelo novo coronavírus. Durante vários meses, de forma a travar a propagação da covid-19, todos os desportos tiveram de ser adiados ou cancelados, em todo o mundo, inclusive grandes competições que se realizavam este verão, como o Euro2020 e os Jogos Olímpicos de Tóquio.

A partir de maio, o futebol foi o primeiro desporto do mundo a desconfinar e, o que há uns meses era impensável, tornou-se real porque a saúde dos intervenientes é o mais importante. Com vários protocolos de segurança estabelecidos entre responsáveis, dirigentes e autoridades de saúde, a bola voltou a rolar nos estádios sem público, de forma a ser cumprida a recomendação essencial para controlar o vírus – o distanciamento social.

A 16 de maio, a Bundesliga foi o primeiro campeonato a retomar os jogos. Os espectadores notaram que o espetáculo que viam através da televisão estava diferente. Sem os cânticos fervorosos, sem a presença humana dos adeptos nas bancadas, os clubes tiveram de pensar em estratégias devolver a alegria ao palco do jogo.

Primeiro, surgiram as imagens. Vários clubes fizeram pedidos através das redes sociais para os sócios e simpatizantes enviarem fotografias e até sites como o Sneakers Love Portugal ajudaram a mobilizar. Os retratos dos adeptos foram depois colocados nas bancadas para “encher” e criar assim um novo ambiente.

Além das imagens, dezenas de clubes colocaram nas colunas dos estádios os respectivos hinos e gravações de festejos de golos. Com mais criatividade, houve um clube da terceira divisão inglesa que colocou um conjunto de manequins, idênticos aos que vemos nas montras das lojas, nas bancadas a simularem uma claque. Os responsáveis não se esqueceram dos adereços.

Tudo isto tem um único objetivo: minimizar o impacto negativo da ausência de público na performance dos jogadores. E se há adeptos que é a mesma coisa jogar num estádio cheio e vazio, os dados dizem que não.

Análises recolhidas nas últimas semanas, na Alemanha e em Inglaterra, concluíram que o facto de os jogos serem realizados à porta fechada, grande parte dos jogadores têm um rendimento inferior ao apresentado no início da época.


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