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Desempregados, em pleno arranque da crise financeira mundial e antecipando o descalabro que aí viria, José Luís Rebelo e Pedro Amaral avançaram e tornaram-se empresários. Assim nascia a Docworld, criada em 2008, em Matosinhos, pelos dois primos que já tinham ultrapassado a barreira dos 40. Hoje contam com mais oito pessoas na empresa de consumíveis hospitalares, descartáveis cirúrgicos e vestuário não estéril, todas contratadas em situação de desemprego. Uma política que vão manter.
Pedro Amaral, que durante anos foi diretor comercial da Mercedes, nada percebia do negócio dos consumíveis para hospitais, mas tinha capital disponível. Khow how não faltava a José Luís Rebelo, com uma longa carreira comercial ligada ao setor. Juntaram o dinheiro que tinham, 50 mil euros à data, e foram à República Checa negociar com a Batist Medical, líder na produção e distribuição de artigos médicos e de higiene na Europa Central, uma representação para Portugal. Isto em fevereiro de 2008.
Em agosto, chegava a Portugal o primeiro camião de artigos para venda pela Docworld. “Cada camião de material custava, em média, 25 a 27 mil euros. E tínhamos de o pagar 30 dias antes da remessa. Recebíamos os produtos e íamos vendê-los aos hospitais, que nos pagavam num prazo que ia dos 30 aos 90 dias. Começamos a ficar descapitalizados e lá tínhamos de recorrer à família. Só ganhamos alguma folga quando conseguimos, alguns meses depois, negociar o pagamento de 50% do material à saída da fábrica e os outros 50% a 30 dias”, explicou ao Dinheiro Vivo José Luís Rebelo. A “relação pessoal e de amizade” estabelecida com os responsáveis da Batist, cuja família passou a vir com regularidade de férias a Portugal logo a partir de 2009, permitiu ir negociando prazos de pagamento mais alargados, até aos 90 dias.
in dinheirovivo
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