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Começou mais um ano letivo e em Leça da Palmeira, pelo menos aparentemente, o ano letivo iniciou-se com alguma normalidade.
É certo que houve alguma instabilidade criada pelas falhas nas colocações de professores e que ainda não estão totalmente superadas.
Também é certo que paira no ar alguma instabilidade, ainda latente, mas que poderá explodir a qualquer momento, devido à municipalização do ensino. Os dados ainda não estão todos lançados, a Câmara Municipal de Matosinhos ainda não se compromete com nada, bem pelo contrário, assume uma atitude passiva, espera que todos os interessados se manifestem. Foram dadas pistas, apresentadas propostas – não decisões fechadas – e solicitada a discussão pública. Agora, compete aos interessados apresentar os seus pontos de vista. Até ao momento, os mais críticos têm sido os professores, que já manifestaram as suas preocupações publicamente na Assembleia Municipal.
Relativamente ao pessoal não docente, continuam a existir algumas lacunas mas que as escolas têm conseguido superar, com maior ou menor dificuldade.
No que respeita aos alunos, também parece que tudo correu bem. Não há grandes listas de espera e os poucos casos existentes são residuais. Muitos deles derivam até de exigências familiares, pois são casos em que os encarregados de educação fazem questão que os seus educandos entrem em determinada escola e não aceitam que vá para outra.
Por tudo isto, apraz-me dar os parabéns a todos os que se esforçaram para o lançamento do ano escolar e deixar os meus votos para que tudo continue a correr bem e que os alunos, os mais interessados em tudo isto, tenham sucesso no seu percurso escolar.
Mas falar em educação é algo mais. Não posso deixar de reparar que a Câmara Municipal de Matosinhos – e muito bem – tem feito um esforço enorme na requalificação do parque escolar do concelho. Também tem sido pioneira em todos os assuntos relacionados com a educação. Foi-o na responsabilização pelas escolas básicas dos 2º e 3º ciclos e continua a sê-lo no processo de municipalização do ensino.
[h2]Foram gastos 45 milhões de euros desde 2005[/h2]No entanto, não posso deixar de referir que foram gastos 45 milhões de euros desde 2005, em 26 escolas, segundo notícia do JN de 25 de agosto. O que dá mais de 1,7 milhões por escola. Ainda vão ser gastos mais 7 milhões em 3 escolas.
Parece-me claramente exagerado. Não deixo de concordar com a Câmara Municipal de Matosinhos quando se refere que o parque escolar do concelho estava claramente decadente e que necessitava de obras urgentes. O que me parece é que, à boa maneira da antiga ministra da educação, Maria de Lurdes Rodrigues, a renovação do parque escolar «foi uma festa». Só que os portugueses sentiram – e continuam a sentir – na pele os efeitos dessa festa. Foram milhões de euros gastos em mordomias que pouco ou nada servem as escolas, em luxos típicos de países conotados com o novo-riquismo e que são insuportáveis por países como Portugal que dependem bastante dos capitais externos.
A situação torna-se ainda mais estranha quando o mesmo vereador da educação que proclama os milhões gastos nos edifícios e equipamentos, no mesmo discurso, alerta para a redução do número de alunos nas escolas básicas. Há uma estranha contradição entre o número de salas criadas e o número de alunos previsto para os próximos anos. O Projeto Educativo Municipal de Matosinhos (PEM) já alerta para o facto do crescimento populacional em Matosinhos ser menor nas últimas duas décadas.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
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