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Cerca de 450 reclusos do Estabelecimento Prisional do Porto (EPP), em Custóias, Matosinhos, vão passar a dispor de três quartos para encontros íntimos a partir do final de setembro, anunciou hoje o diretor José Júlio.[su_spacer]
Com cerca de 1.200 reclusos, 300 a cumprir prisão preventiva e 900 condenados, o EPP é hoje, segundo o diretor, “o estabelecimento do país com mais reclusos“, sendo que “metade dos condenados” terão acesso aos quartos construídos por quatro deles.[su_spacer]
O novo equipamento foi hoje inaugurado pelo Diretor-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), Celso Manata, no âmbito de um plano “mais vasto” e que prevê “alargar a todo o território nacional” um direito que “está previsto na Constituição“.[su_spacer]
Segundo o responsável, este é um projeto que pela sua envolvência é “até facilitador em termos de segurança”, anunciando para breve igual inauguração em Olhão.[su_spacer]
“Isto traz vantagens em todos os domínios, mas sobretudo contribui para a manutenção dos laços familiares, tendo em vista uma futura reinserção social. A ideia não é propiciar um ato sexual, mas sim uma relação afetiva que possa conter um ato sexual“, explicou Celso Manata.[su_spacer]
Os encontros íntimos acontecerão sempre de manhã, uma vez por mês e fora do período diário de visitas, de segunda a sexta-feira, tendo uma duração de três horas.[su_spacer]
Os quartos incluem casa de banho completa.
[su_spacer]Segundo José Júlio, “fora destas visitas estão os reclusos com saídas precárias e os que não tenham ainda cumprido seis meses de pena no EPP”.[su_spacer]Para haver acesso aos quartos “o casal deve fazer prova de relação afetiva, pelo menos há um ano (casamento ou união de facto), processo que já decorre” e que faz com que no “final de setembro” as visitas possam iniciar-se.[su_spacer]
“Há também a questão lateral do comportamento, porque quem quiser fazer parte terá de ter um bom comportamento, o que faz com que todo o estabelecimento prisional passe a beneficiar“, acrescentou.[su_spacer]
Com uma média de penas de seis, sete anos “passou a justificar-se”, segundo o diretor, a existência daquele equipamento.[su_spacer]
Vítor Rodrigues foi o carpinteiro da obra e espera “poder beneficiar do serviço“, reconhecendo que “dá ânimo” ter acesso a este contacto com a família.[su_spacer]
“Há certas coisas que não toca a todos. Há indivíduos aqui dentro que tentam levar a cadeia de uma forma e outros de outra, nem todos pensam da mesma maneira“, lamentou o recluso, ciente de que a nova valência “não vai chegar a todos”.
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