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O ex-presidente dos Bombeiros Voluntários de Leixões, em Matosinhos, Vítor Ribeiro, acusado de desviar 45.749 euros da associação e falsificar a assinatura do vice-presidente nos cheques usados para levantar esse dinheiro, negou hoje todos os factos em tribunal.
“Nunca me apropriei de dinheiro nenhum, aliás sempre zelei pelos interesses da associação, por isso, estou de consciência tranquila”, afirmou o arguido, de 56 anos, na primeira audiência de julgamento, realizada no Tribunal de Matosinhos, distrito do Porto.
Segundo a acusação, Vítor Ribeiro, que assumiu a presidência dos bombeiros em 2010 mandou, entre esse ano e 2011, um funcionário da associação humanitária levantar-lhe 40 cheques com diferentes valores, perfazendo um total de 45.749 euros, para proveito próprio. E, em alguns deles, falsificou a assinatura do vice-presidente da direção.
E acrescentou: “como forma de evitar ser identificado nos levantamentos dos mencionados cheques entregava-os a um funcionário da associação humanitária ou a um amigo, aos quais solicitava que fizessem o levantamento ou depósito, situação a que acediam por não terem motivo para desconfiar das intenções”.
A acusação salientou ainda que o dinheiro levantado pelo arguido “não diz respeito a quaisquer despesas dos bombeiros”, realçando que ao assinar ou mandar falsificar a assinatura do vice-presidente estava a “agir contra a vontade deste e sem a sua autorização”.
Para justificar o levantamento destes cheques, Vítor Ribeiro disse que a associação tinha “muitas dificuldades” e, por isso, “muitas vezes” não havia dinheiro para pagar salários e despesas correntes, logo recorria ao empréstimo de um amigo.
“O meu amigo emprestava-me dinheiro sempre que lhe pedia e, depois, quando a associação tivesse liquidez levantava cheques e saldava a dívida”, explicou.
O ex-dirigente, acusado por um crime de peculato e de falsificação de documento, vincou que “nunca” falsificou ou mandou falsificar a assinatura do vice-presidente.
“Sempre que precisava pedia ao vice-presidente para assinar porque ele sabia da situação ou, por vezes, deixava-os já assinados caso tivesse que se ausentar”, sustentou.
[h2]Passivo dos Bombeiros de Leixões rondava os 300 mil euros[/h2]Contudo, uma perícia concluiu que é “muitíssimo provável” que a assinatura que consta dos cheques “não é” do vice-presidente, avançou o coletivo de juízes.
O atual presidente da associação humanitária, Aires Aleixo, realçou que quando assumiu funções, em agosto de 2011, verificou que existia uma “contabilidade muito desorganizada” com apenas um livro de despesas e de receitas.
E lembrou que o passivo rondava os 300 mil euros, sendo que não havia documentos de despesas que justificassem o levantamento dos 45.749 euros.
in NM
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