10 museus fora dos circuitos habituais para visitar no Grande Porto

Farol de Leça - Museus
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Têm em comum serem espaços expositivos com características muito próprias. Alguns pelas dimensões pequenas, outros pela temática que tratam, outros por serem menos conhecidos, merecem o título de «alternativos». Se quer fugir às multidões e ao circuito dos museus do costume, estes são algumas das moradas a visitar.

MUSEUS RELIGIOSOS

Museu da Misericórdia

Sabia que a enigmática obra ‘Fons Vitae’, em exposição no museu, tem uma radiografia nas traseiras e que foi a única que durante a restauração do edifício, pelas suas dimensões, nunca de lá saiu? E que o valor das doações feitas pelos benfeitores se traduzia no tamanho do seus retratos? Isto são apenas duas das dezenas de curiosidades que envolvem o Museu da Misericórdia do Porto, inicialmente pensado pelo Conde de Samodães, no final do século xix. O lugar apresenta não só a história como toda a obra da Santa Casa da Misericórdia espalhada pela cidade, e ainda o acervo de obras de arte que inclui pinturas, esculturas, ourivesaria e paramentaria. Na sala imersiva, o visitante pode ainda retroceder até ao Porto do arquiteto Nicolau Nasoni, do século xviii, através de uma recriação virtual que permite ver a cidade nessa altura.

Rua das Flores, 5 (Baixa). Tel.: 220 906 960. De segunda a domingo, das 10h00 às 18h00. Entrada: 5 euros para visitar a igreja; 10euros para visitar os 3 pisos do museu.

MUSEUS SOBRE PESSOAS

Casa Museu Abel Salazar

Abel Salazar, lembrado pela carreira de médico, professor e investigador, teve um lado que nem todos conheceram – o de artista e escritor. Após o seu afastamento da vida académica, teve mais tempo para se dedicar a outras paixões. E recomeçou a pintar, algo que fazia desde muito jovem, e a escrever. Vários quadros que apresentam a realidade social do seu tempo estão expostos por toda a casa, assim como os que retratam mulheres em Paris – da temporada que lá esteve -, autorretratos e homens que admirava. No último piso, estão duas máquinas que usava para fazer gravuras, algo pouco usual naquela época. E também vale a pena tentar descodificar a charada que escreveu na carta a Ernestina Santos Silva, mulher do médico Eduardo Santos Silva, e ver as caricaturas que fazia de vários professores seus.

Rua Dr. Abel Salazar, 488 – São Mamede Infesta (Matosinhos). Tel.: 969 872 425. De segunda a sexta, das 09h30 às 13h00 e das 14h30 às 18h00; sábados, das 14h30 às 17h30. Encerra aos domingos e feriados. Entrada: 2 euros. Atualmente encontra-se encerrado para obras de remodelação.

Museus fora dos Circuitos

Ateliê António Carneiro

Esta casa foi mandada construir pelo pintor António Carneiro em 1925, para ser o seu atelier. No entanto, acabaram por usufruir do espaço os seus filhos Carlos Carneiro, também pintor, e Cláudio Carneiro, compositor. Estão expostos óleos, desenhos, aguarelas, materiais de pintura, livros e catálogos no salão, mas também há objetos pessoais – fotografias – e a breve história de toda a família numa outra sala, a da memória. A exposição junta algumas das suas mais importantes obras, como ‘Camões Lendo os Lusíadas aos frades de São Domingos’ e o tríptico ‘A Vida’.

Rua António Carneiro, 363 (Campo 24 de Agosto). Tel.: 225 379 668. De terça a domingo, das 10h00 às 17h30. Entrada: 4€.

Casa Museu Marta Ortigão Sampaio

Por fora, é apenas prédio, mas entrando descobre-se uma casa da alta burguesia portuense, de meados do século XX. O edifício é da autoria do arquiteto José Carlos Loureiro, que o desenhou a pedido de Marta Ortigão Sampaio e do marido, Armando Sequeira. Sempre foi vontade da proprietária que suas coleções fossem expostas num museu, e assim acabou por acontecer, depois de a casa ter sido doada à Câmara do Porto. Coleções de pinturas de vários autores – inclusive de Aurélia de Sousa e Sofia de Sousa, suas tias maternas -, serviços de chá ingleses, peças Bordallo Pinheiro fazem parte do acervo. Entre as peças mais especiais há contadores indo-português de pau-santo, sândalo e teca do século XVIII e um móvel cíngalo-português do século XVII, raríssimo. Mas a coleção mais impressionante talvez seja a das centenas de joias.

Rua de Nossa Senhora de Fátima, 291, Porto (Boavista). Tel.: 226 066 568. De terça a domingo, das 10h às 17h30. Encerra às segundas-feiras e feriados. Entrada: 4 euros; grátis aos domingos.

MUSEUS DE ÉPOCA

Museu Romântico da Quinta da Macieirinha

Carlos Alberto de Saboia-Carignano, rei da Sardenha e do Piemonte, esteve exilado durante três meses na Quinta da Macieirinha, onde acabou por morrer, em 1849. Esta casa de campo de finais do século xviii acolhe agora um museu que recria um lar abastado do século xix. Todas as divisões estão decoradas à época e percorrê-las é viajar no tempo. E encontrar uma gaiola que é também uma caixa de música e em 1865 esteve na Exposição Internacional do Porto. Ou apreciar o enorme retrato de Carlos Alberto encomendado pelo filho, o rei Vítor Emanuel II ao pintor A. Capisani como agradecimento à cidade do Porto. É de visitar o jardim e a sua magnífica vista sobre o Douro.

Rua de Entre-Quintas, 220 (Palácio de Cristal). Tel.: 226 057 032. De terça a domingo, das 10h00 às 17h30. Encerra às segundas-feiras e feriados. Entrada: 4 euros; grátis aos domingos.

9 Museus fora dos Circuitos

MUSEUS TÉCNICO CIENTÍFICOS

Museu de História da Medicina Maximiano Lemos

Uma incubadora oferecida ao museu pela rainha Isabel II, numa visita ao Porto, um microscópio oitocentista e a lanceta com que o rei Carlos Alberto foi embalsamado são alguns dos objetos curiosos que se podem observar no museu situado na Faculdade de Medicina do Porto.Há milhares de objetos que contam a história da medicina em Portugal e no mundo, naquele museu projetado por Luís de Pina, em 1933. As visitas guiadas possibilitam a descoberta de factos interessantes como, por exemplo, a existência de barbeiros sangradores ou as singulares pastas de curso dos quintanistas

Alameda Professor Hernâni Monteiro (Asprela). Telf: 225 513 615. De segunda a sexta, das 08h00 às 12h00 e das 13h00 às 16h00. Entrada: 10 euros (público geral); 3 euros alunos e docentes. Encontra-se encerrado para remodelação até final de outubro de 2024.

MUSEUS FORA DOS CIRCUÍTOS

Polo Museológico do Farol de Leça da Palmeira

Lanternas e equipamentos obsoletos estão expostos na antiga central de motores do farol de Leça da Palmeira. No entanto, o interesse divide-se também pela vista soberba que se tem do topo do farol – depois de se subirem 213 degraus – que inclui o mar, as serras de Valongo, a costa de Espinho, a cidade de Vila Nova de Gaia e Póvoa do Varzim. Não menos interessante é o aparelho de Fresnel, a origem de toda a magia. Devido aos seus prismas catadióptricos e dióptricos, e a uma lâmpada de 1000 watts e 110 volts, consegue iluminar até 50 quilómetros e orientar as embarcações de recreio e pesca que continuam a usar a luz dos faróis. Os faróis – que são constituídos pela estrutura e pela lanterna -, assim como os aparelhos de Fresnel, são sempre únicos, ou seja, a luz produzida pelo aparelho tem um ritmo próprio que permite a sua identificação a quem navega. Isto e muito mais foi ensinado entre 1926 e 1962, na Escola de Faroleiros que havia no farol.

Lugar da Boa Nova, Leça da Palmeira (Matosinhos). Telf: 229 951 835. Encontra-se temporariamente encerrado por questões operacionais. Marcação de visitas através do email [email protected] ou [email protected]
Entrada: gratuita

Museu do Centro Hospitalar do Porto

No século XIX, havia um horto medicinal dentro do Hospital de Santo António, do qual se retiravam plantas para secar e prensar para lhes retirar os óleos. A primeira ala do museu é uma fabulosa botica oitocentista do hospital na qual estão expostos os almofarizes, o livro da primeira farmacopeia oficial portuguesa, e majestosos potes de farmácia mandados fazer no atelier Vignier, em Paris. Na segunda parte do museu encontra-se um espólio da Farmácia de Oficina do Hospital Joaquim Urbano, onde frascos armazenam elementos curiosos. Um deles está preenchido com cantáridas, insetos usados como afrodisíaco e diurético, e outro tem raspas de ponta de veado, usadas para infusões desparasitantes.

Largo do Professor Abel Salazar, Porto (Clérigos). Telf: 220 900 628. Segunda a sexta, das 09h00 às 17h00. Entrada: 1 euro

Museu da Farmácia do Porto

A primeira farmácia fixa e pública surgiu em Bagdad no século VIII. Este é um dos factos sobre farmácia que se pode aprender no museu, além da observação de vários objetos e instrumentos que foram usados ao longo da humanidade para combater maleitas. Alguns dos artefatos são bastante especiais, como o Rhyton – um recipiente para beber fluídos – e a farmácia ambulante que pertenceu à família dos czares Romanov. No entanto, as estrelas são as duas farmácias expostas: a belíssima Farmácia Estácio, inaugurada em 1924, na Rua Sá da Bandeira, que ficou famosa pela balança falante. A curiosidade era tanta, que se chegava a formar uma grande fila para experimentar a inovação. E a farmácia de um palácio do império otomano do século xix, que demorou cerca de sete anos a ser restaurada e passou por Londres, antes de chegar ao Porto. Era nela que os hóspedes do palácio e algumas pessoas eram tratadas, assim como aprendizes absorviam os ensinamentos dos seus mestres. Ainda no museu, vai perceber de onde vem a expressão «remédio santo».

Rua Engenheiro Ferreira Dias, 728 (zona industrial). Tel.: 226 167 995. De segunda a sexta, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00; sábados, das 14h00 às 18h00. Entrada: 8 euros (descontos para séniores, famílias, crianças).

Entrada do Museu

Museu dos Bombeiros Voluntários de Matosinhos e Leça da Palmeira

Este museu localiza-se numa ampla sala da Associação Humanitária de Matosinhos e Leça da Palmeira (Bombeiros Voluntários).
Criado em 1943 e instalado no atual edifício desde 1973, trata-se de um dos mais antigos núcleos museológicos do concelho de Matosinhos.
O seu valioso espólio, com mais de 800 peças expostas, inclui material de combate a incêndios, salvados e condecorações da Associação Humanitária.

Destaque para o núcleo central, com material usado sobretudo nos primórdios da corporação (último quartel do século XIX), no combate a incêndios, desde viaturas de tração animal e humana, moto-bombas, extintores, foguetões, etc.

Outro núcleo diz respeito a salvados de incêndios e naufrágios, recolhidos ou doados, com realce para as boias de salvação e rodas de leme (verdadeiras relíquias) de embarcações que naufragaram ao largo de Leixões, na então denominada “Costa Negra”.

O visitante terá ainda a oportunidade de contemplar resquícios de peças deformadas pelas chamas, que depois de derretidas obtêm surpreendentes configurações.

Av. Antunes Guimarães, Leça da Palmeira. Telf: 229 984 190. Visitas sujeitas a marcação prévia. Informações e marcações: 229 390 967 / [email protected] / [email protected]
Entrada: gratuita


 


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1 comentário

  • Estou a escrever poemas sobre Museus e o próximo é o Farol da Boa Nova

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