Leça da Palmeira: Freguesia a duas velocidades

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Joaquim MonteiroEstando a decorrer o período de recolhas de sugestões para o plano de atividades da Junta de Freguesia para o ano de 2016, creio ser a altura ideal para leceiros e matosinhenses fazerem ouvir a sua voz e reivindicarem a execução de algumas obras que andam prometidas há anos.
Um dos aspetos que mais salta à vista dos leceiros é a discrepância que existe entre algumas áreas da freguesia. Parece que continua a existir a «Leça dos ricos» e a «Leça dos pobres». Já agora, o mesmo se passa com a parte da freguesia referente a Matosinhos.

Não se compreende que sendo a Junta de Freguesia uma só, em Leça da Palmeira, existem fregueses de primeira e fregueses de segunda.

Caso contrário, como se explica que três das escolas primárias se localizem a sul da freguesia e apenas uma a norte (que é mais centro), quando a grande maioria da população leceira vive a norte/centro da freguesia? Há anos que o executivo camarário prometeu a construção de uma escola a norte da freguesia. Hoje, talvez não faça sentido, considerando a evolução da população estudantil, mas já se justificam obras na escola da Amorosa. Há anos foi a primeira a ser intervencionada, mas hoje é a mais antiquada de Leça e é a que mais alunos tem no que respeita ao 1º ciclo e à educação pré-escolar.

Como se explica que a zona entre a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra e a APDL, constituída por ruas largas, perpendiculares, formando quarteirões perfeitos, na linha dos estudos urbanísticos mundiais, tenha sentidos únicos, enquanto o Monte Espinho, com ruas estreitas, sem passeios, tenha trânsito nos dois sentidos em metade do bairro? Não esqueçamos que mais de metade do Monte Espinho não está urbanizado e era fácil a construção de vias orientadoras.

Como se explica que os parques infantis se localizem a sul da freguesia e não haja um único parque a norte/centro da freguesia? Remodelaram o parque do jardim Eng. Fernando Pinto de Oliveira e parte do Florbela Espanca, mas nada se fez para satisfazer a maioria da população que vive a norte/centro da freguesia.

Como se explica que o lugar de Gonçalves continue a ter valetas, ruas sem passeios e inexistência de transportes públicos? Outras áreas da freguesia até têm o privilégio de ter «varredores permanentes» que quase passam o dia à espera que alguém deixe cair uma beata para a irem apanhar.

A resposta é simples: opção do executivo da Junta. Muitas destas disparidades entre áreas da freguesia podiam ser anuladas se houvesse vontade.

Até à próxima semana.

Saudações leceiras

Joaquim Monteiro


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