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Petrogal, Ramirez, Amkor (ex-Qimonda), Nelo, Lactogal, Vila do Conde Fashion Outlet e NorteShopping são alguns dos locais que foram inspecionados.
Ainda sem certezas quando à origem do surto de legionella que está a afetar os concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, a Direção-Geral da Saúde (DGS) decidiu não avançar, por agora, com nenhum conselho às populações da área afetada para que se possam proteger. O infeciologista Jaime Nina deixa, no entanto, algumas recomendações. Manter as janelas de casa fechadas é, porventura, nesta altura, a mais importante.
“Se moram na zona mais afetada, devem manter as janelas de casa fechadas e, na rua, usar máscara“, afirmou, ao JN, o infeciologista do Hospital Egas Moniz e professor da Universidade Nova de Lisboa. Dada a dispersão de casos e descartada a hipótese de o surto estar relacionado com a água da rede pública, uma torre de refrigeração entre a zona sul do concelho de Vila do Conde e o norte de Vila do Conde parece ser a fonte de contaminação mais provável.
Jaime Nina explica que, em 2014, aquando do grande surto de legionella em Vila Franca de Xira, houve pessoas que inalaram a bactéria porque iam na autoestrada, de carro, com a janela aberta. Se a viatura – carro, autocarro ou camião – tiver ventilação sem filtro do ar, acrescenta ainda, o contágio também é possível.
Voltando a Vila Franca de Xira, na altura, ainda com quatro mortos e 90 infetados (o surto infetou mais de 400 pessoas e causou 12 mortos), a DGS lançou, a 8 de novembro, uma série de recomendações à população até que fosse identificada a fonte: evitar duches, jacuzzis e hidromassagens; mergulhar, uma vez por semana, 30 minutos, as cabeças dos chuveiros numa solução de lixívia e manter os termoacumuladores a água a temperaturas acima dos 75º C. Foram ainda desativadas as torres de refrigeração das principais empresas da zona até que a fonte fosse identificada e criado um e-mail para responder a dúvidas de quem morava na zona. A norte, apesar de os números apontarem já para sete mortos e 72 infetados, não há ainda qualquer recomendação.
A legionella é uma bactéria que vive em água doce. Reservatórios de água, chuveiros, torres de arrefecimento (de sistemas de ar condicionado), instalações termais, piscinas, jacuzzis e fontes decorativas podem ser espaços favoráveis ao seu desenvolvimento. É responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave.
Não se transmite de pessoa para pessoa, nem por ingestão de água contaminada. A transmissão faz-se apenas pela inalação de aerossóis (gotículas de vapor de água) contaminados.