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“O Filho do Homem será elevado…”
A Igreja celebra neste quarto domingo da Quaresma – o Domingo da Alegria. Temos motivos mais que suficientes para nos alegrarmos:
Apesar da crise pandémica que vivemos e que tanto nos tem feito sofrer, não tem, felizmente, esmorecido o fervor espiritual, antes pelo contrário.
Estamos a meio da nossa caminhada para a Páscoa. Já vislumbramos esse grande acontecimento, por isso nos alegramos.
Acabamos de viver uma das experiências mais ricas do nosso ser cristão: “24 Horas para o Senhor”. Alguns, muito poucos, viveram-na presencialmente. A grande maioria e, muitos, viveram-na à distância, através de um simples ecrã de telemóvel computador ou televisão, mas, acreditamos, que não foi menos intensa, nem menos rica a sua experiência, diferente, mas, até pela tristeza de não o poderem fazer presencialmente, tão única e rica.
Por último, e não menos feliz, a grade graça de podermos voltar a celebrar, presencialmente, a Eucaristia.
Vivamos intensamente este tempo: louvemos e agradeçamos.
ATIVIDADE
- Construir uma trança/corda e, neste quarto domingo, retirar um papiro que revela o tesouro em que vamos valorizar, especialmente os “laços e as mãos”, ao longo da semana.
- Colocar a corda/trança junto da arca, no cantinho da oração.
- Agendar um momento de oração para o dia 19, sexta-feira, solenidade de São José e Dia do Pai.
LITURGIA FAMILIAR
- A família pode reunir-se à volta da mesa, antes da refeição, ou junto do cantinho da oração.
ABERTURA
Cântico – “Ressuscitaremos”
Das horas da recusa e da traição,
da verdade que aos outros ocultamos,
da mentira calada em nosso peito,
dos muros que entre nós fortificamos:
Refrão: Ressuscitaremos, novos, do desastre.
Das horas em que fomos opressores,
das fronteiras que impusemos à verdade,
da violência contra os pobres do Teu Reino,
das horas em que não cantamos liberdade:
Refrão: Ressuscitaremos, novos, do desastre.
Das ânsias de paz insatisfeitas,
e dos corpos esgotados pela fome,
do horror das cidades destruídas,
dos rostos onde a esperança não tem nome.
Refrão: Ressuscitaremos, novos, do desastre.
Pode cantar-se outro cântico conhecido pela família, próprio desta quadra (ou que tenha por tema a família e a sua unidade).
Durante o canto, o elemento mais novo da família, se já for capaz, acende uma vela. Em seguida, todos fazem o sinal da cruz enquanto o/a Guia diz:
INTRODUÇÃO
G. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
R. Ámen.
G. Celebrastes connosco, Senhor, uma aliança eterna.
R. Renovamos, hoje, o nosso sim!
SALMO
O seguinte Salmo (136/137) pode recitar-se alternadamente entre os membros da família (por ex., de cada lado da mesa; pais e filhos, etc.); pode também ser lido por um dos presentes, participando todos com o refrão.
Refrão: Se eu me não lembrar de ti, Jerusalém,
fique presa a minha língua.
Sobre os rios de Babilónia nos sentámos a chorar,
com saudades de Sião.
Nos salgueiros das suas margens,
dependurámos nossas harpas.
Aqueles que nos levaram cativos
queriam ouvir os nossos cânticos,
e os nossos opressores uma canção de alegria:
“Cantai-nos um cântico de Sião”.
Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor
em terra estrangeira?
Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
esquecida fique a minha mão direita.
Apegue-se-me a língua ao paladar,
se não me lembrar de ti,
se não fizer de Jerusalém
a maior das minhas alegrias.
G. Escutemos agora a Leitura do Evangelho segundo São João – Jo 3, 14-17
(Sugere-se que para a leitura do Evangelho se coloque em destaque a CRUZ e cada pessoa tenha na sua mão uma pequena corda).
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos:
“Assim como Moisés elevou a serpente no deserto,
também o Filho do homem será elevado,
para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna.
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito,
para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça,
mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo,
mas para que o mundo seja salvo por Ele.
REFLEXÃO (facultativa).
Os filhos perguntam e os pais respondem.
Quando e porquê, elevou Moisés uma serpente no deserto?
O povo de Israel, liberto da escravidão, caminhava pelo deserto em direção à terra prometida. Cansado da caminhada começou a falar contra Deus e contra Moisés. Então o Senhor enviou serpentes venenosas e muita gente morreu em Israel. O Povo, reconhecendo o seu erro, implorou o perdão. Compadecido, Deus mandou a Moisés que fizesse uma serpente de bronze e a suspendesse num poste. Quem fosse mordido pelas serpentes, se olhasse para a serpente de bronze ficava curado.
Porque é que Jesus disse: “também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna”?
Jesus aludia à cruz em que viria a ser “elevado” no Calvário. Todo aquele que olhar para Jesus, elevado na cruz, e acreditar n’Ele, reconhecendo o seu pecado e acolhendo o Seu amor e o Seu perdão, será salvo. O amor restaura a aliança quebrada pelo pecado.
Como revela Deus o Seu amor “desmesurado” à humanidade?
Deus amou e ama de tal forma a humanidade que lhe enviou o Seu Filho para a salvar com o dom da Sua vida, entregue por amor, até à morte de cruz. Mediante esse sacrifício, firmou com a humanidade uma nova e definitiva aliança de misericórdia.
Em que aspetos experimentamos o mal em cada um de nós e na família? Como podemos fazer para contemplar Jesus, na cruz, e acolhermos o Seu perdão, o Seu amor para sermos curados, salvos?…
… (convite ao diálogo)
SÚPLICA – MOMENTO PENITENCIAL
Após duas expressões de súplica todos respondem:
Pai, contemplando Jesus, acolhemos a Tua misericórdia e o Teu perdão…
Senhor, quantas vezes nos esquecemos de Ti e nos tornamos cúmplices da mentira e da violência!
R. Pai, contemplando Jesus, acolhemos a Tua misericórdia e o Teu perdão.
Cristo, quantas vezes fomos infiéis à aliança que fizeste connosco e desfiguramos o rosto da Tua Igreja a que pertencemos!
R. Pai, contemplando Jesus, acolhemos a Tua misericórdia e o Teu perdão.
Senhor, vós nos criastes para fazer o bem e nos ressuscitais da morte do pecado!
R. Pai, contemplando Jesus, acolhemos a Tua misericórdia e o Teu perdão.
Pode convidar-se cada membro da família a pedir perdão por algo em que possa ter magoado alguém.
Após a vivência do momento penitencial, cada membro da família é convidado a entregar a sua corda. Com as mesmas faz-se uma trança que será colocada à volta da cruz. Esta simboliza a reconciliação fruto do gesto de pedido de perdão e de amor que liga de novo a família, na comunhão do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
LOUVOR E GRATIDÃO
Cada membro da família é convidado a dirigir a Deus um louvor, um agradecimento porque nos deu Seu Filho, Jesus, que nos ama e nos leva para o Pai. Um Pai que é rico em misericórdia, e que, pela grande caridade com que nos amou, nos restitui à vida com Cristo.
Após duas expressões de gratidão todos respondem:
Pai, contemplando Jesus, expressamos a nossa gratidão.
– Senhor, damos-Te graças por Teu Filho Jesus e pelo Seu amor por nós.
– Senhor, damos-Te graças por…
Convida-se cada membro da família a agradecer o perdão de Deus e o perdão dos irmãos; sugere-se que, após este momento, os membros da família se abracem (tendo em conta a situação da mesma e as restrições sanitárias).
G. Porque descobrimos na Cruz de Cristo que Deus é um Pai rico de misericórdia, invoquemo-lo com confiança na nossa caminhada rumo à Páscoa:
Pai Nosso…
BÊNÇÃO
Se a oração se faz antes da refeição, pode terminar com esta Bênção
G. Graças te damos, ó Pai, por estes alimentos e pelo perdão que recebemos de Ti e oferecemos uns aos outros. Que o Teu amor entrelaçado no nosso amor mútuo nos sacie e revigore todos os nossos irmãos. Por Cristo, nosso Senhor.
R. Ámen.
Todos fazem o sinal da cruz, enquanto o/a Guia diz:
G. Em nome do Pai…
Louvavelmente, os pais abençoarão os filhos impondo a mão direita sobre as suas cabeças ou com outro gesto, segundo o costume. Os filhos, agradecidos, poderão beijar a mão de quem os abençoa.
Nota: Muito em breve, publicaremos proposta semelhante para o Dia do Pai.
Por: Padre Francisco Andrade
Pároco de Leça da Palmeira
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