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“Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz”
A Semana Santa é, para nós cristãos, a “Semana Maior”. Maior, não porque tenha mais dias, mas pela densidade e intensidade de que se reveste. Maior, porque nela celebramos o Mistério Pascal, a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Iniciámo-la em Domingo de Ramos. Esta, é a semana mais importante do calendário litúrgico pelos mistérios que nela celebramos. Estes mistérios, vivemo-los, solene e liturgicamente, em três dias, durante o chamado “Tríduo Pascal”, que inclui quanto celebramos em Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e na solene Vigília Pascal. Nestes dias revivemos o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Constituem dias propícios para despertar em nós um desejo mais intenso de nos unirmos a Cristo e de O seguirmos, conscientes de que nos amou até dar a Sua vida por nós.
Os acontecimentos que o Tríduo Sagrado celebra são a manifestação sublime do amor de Deus pela humanidade, manifestado em Cristo.
Não deixemos de celebrar comunitariamente, quanto possível presencialmente, estes solenes dias que nos ajudam a viver gozosamente o mistério central da nossa fé: a Ressurreição do Senhor.
Liturgia Familiar
Antes ou depois da participação na Eucaristia deste Domingo, celebrada em comunidade na igreja, a família pode reunir-se à volta da mesa, antes da refeição, ou junto ao cantinho de oração. Para além da “arca do tesouro” que já nos é familiar, colocam-se nesse espaço uma imagem de Cristo crucificado, uma vela para acender antes da proclamação do Evangelho e um vaso ou jarra com alguns ramos de oliveira, palmeira ou outra planta verde a colocar na mesa depois da introdução à oração.
Cada família poderá adaptar o esquema conforme as necessidades.
A oração pode ser guiada pela mãe (G) ou pelo pai (G).
Pode começar-se com um cântico que seja conhecido, como
Bendito, bendito o que vem… (CN 256); Glória, honraelouvor(CN 514).
G. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
R. Ámen.
G. Hossana ao Filho de David.
Bendito o que vem em nome do Senhor.
R. A Ele a honra e a glória para sempre.
G.Depois [antes] de termos feito memória da entrada de Jesus em Jerusalém em comunidade [paroquial], queremos aclamar a Cristo, em nossa casa e dirigir-Lhe as nossas preces por nós, por aqueles a quem mais queremos e por toda a humanidade. Peçamos a graça de O seguir até à Cruz e à Ressurreição. A Sua paixão mude o nosso coração e enriqueça a nossa vida com frutos de boas obras.
Um membro da família leva para a mesa o vaso/jarra com os ramos de oliveira, de palmeira ou de outras plantas verdes. Quem guia a celebração diz a seguinte oração:
G. Deus eterno e omnipotente,
com um ramo de oliveira,
anunciastes a Noé e aos seus filhos
a misericórdia e a aliança com todas as criaturas;
e, com ramos de árvores,
quisestes que o Vosso Filho Jesus fosse aclamado Messias,
Rei de Paz, humilde e manso, vindo para cumprir a aliança definitiva:
Olhai para esta vossa família que deseja acolher com fé o Salvador
e concedei-nos a graça de O seguir até à Cruz,
para participar na Sua Ressurreição.
Ele que vive e reina, pelos séculos dos séculos.
R. Ámen.
G. Rezemos juntos parte do Salmo 46 (47):
O Salmo pode ser cantado/recitado: por dois leitores alternando; ou por um leitor alternando com todos; ou, ainda, por um só leitor que lê as estrofes, repetindo todos o refrão.
Refrão: Glória e louvor a Vós, Cristo Salvador!
Povos todos, batei palmas, *
aclamai a Deus com brados de alegria,
porque o Senhor, o Altíssimo, é terrível, *
o Rei soberano de toda a terra.
Deus subiu entre aclamações, *
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai hinos a Deus, cantai, *
cantai hinos ao nosso Rei, cantai.
Deus é Rei do universo: *
cantai os hinos mais belos.
Deus reina sobre os povos, *
Deus está sentado no trono sagrado.
Reuniram-se os príncipes dos povos *
ao povo do Deus de Abraão.
Porque a Deus pertencem os poderes da terra, *
Ele está acima de todas as coisas.
Neste momento, a esposa ou um dos filhos pode acender a vela e, logo a seguir, um dos pais proclama o Evangelho.
ESCUTEMOS A PALAVRA DE DEUS
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos – 11, 1-10
Naquele tempo, ao aproximarem-se de Jerusalém,
cerca de Betfagé e de Betânia, junto do monte das Oliveiras,
Jesus enviou dois dos seus discípulos e disse-lhes:
“Ide à povoação que está em frente e, logo à entrada,
vereis um jumentinho preso, que ninguém montou ainda.
Soltai-o e trazei-o.
E se alguém perguntar porque fazeis isso, respondei:
‘O Senhor precisa dele, mas não tardará em mandá-lo de volta’”.
Eles partiram e encontraram um jumentinho,
preso a uma porta, cá fora na rua, e soltaram-no.
Alguns dos que ali estavam perguntaram-lhes:
“Porque estais a desprender o jumentinho?”.
Responderam-lhes como Jesus tinha dito, e eles deixaram-nos ir.
Levaram o jumentinho a Jesus, lançaram-lhe por cima as capas,
e Jesus montou nele.
Muitos estenderam as suas capas no caminho e outros,
ramos de verdura, que tinham cortado nos campos.
E tanto os que iam à frente como os que vinham atrás clamavam:
“Hossana! Bendito O que vem em nome do Senhor!
Bendito o reino que vem, o reino do nosso pai David!
Hossana nas alturas!”
Palavra da salvação.
R. Glória a Vós, Senhor!
Se for oportuno, as pessoas presentes dialogam sobre o Evangelho. Pode procurar responder-se a algumas perguntas:
Porque um jumentinho?
Porque razão se estendem ramos e capas para Jesus passar?
Qual o sentido das aclamações feitas a Jesus?
Jesus é mesmo o rei-messias de que o povo estava à espera ou estavam à espera de um messias diferente.
AVÓS SE ELEVA A NOSSA PRECE
G. Fixemos os olhos naquele que por nós foi trespassado.
Todos: Louvor e glória a Vós, Senhor Jesus!
Leitor
– Senhor, Vós ides à nossa frente todos os dias e nós vos seguiremos, passo a passo. Seja qual for o trilho, é maravilhoso caminhar convosco.
Todos: Louvor e glória a Vós, Senhor Jesus!
– Senhor, a nossa boca balbucia o Vosso Nome, Vós inspirais cada palavra e cada timbre. Seja qual for a língua que Vos canta, é maravilhoso louvar-Vos e invocar-Vos!
Todos: Louvor e glória a Vós, Senhor Jesus!
– Senhor, a nossa mão está estendida diante de Vós, somos apenas mendigos do Vosso amor. Seja qual for o dom que nos dais, é maravilhoso recebê-lo de Vós!
Todos: Louvor e glória a Vós, Senhor Jesus!
G. Deus eterno e omnipotente,
que nos ofereceste, como modelo,
Jesus Cristo Vosso Filho e nosso Salvador,
feito homem e humilhado até à morte de Cruz,
concede-nos a graça de jamais esquecer a Sua Paixão,
para participar na glória da ressurreição.
Ele que contigo e com o Espírito é o Deus amor,
no tempo que passa e na glória perene.
R. Ámen.
G. Agora, com os mesmos sentimentos de Jesus Cristo e unidos a Ele, tendo no coração os sofrimentos e as aspirações de toda a humanidade, rezemos:
Todos: Pai nosso…
INVOQUEMOS A BÊNÇÃO DO PAI
G. Pai de infinita bondade, olha para a nossa família e para toda a humanidade: Nosso Senhor Jesus Cristo, que não hesitou em entregar-Se nas mãos dos malvados e sofrer o suplício da Cruz, nos acompanhe com a sua misericórdia e abra o nosso coração à esperança. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.
R. Ámen.
ATIVIDADE
- Retirar da arca o papiro que revela o tesouro que vamos valorizar ao longo da semana: a fidelidade.
- Renovar o compromisso de viver a fidelidade em família e de pessoalmente e como família, sermos fiéis a Cristo e à Sua Igreja.
- Ornamentar a cruz com ramos verdes retirados da jarra ou vaso colocado na mesa; colocar um raminho na lapela de cada um dos membros da família…
- Colocar junto da Cruz o vaso onde germina a semente (cf. 1.º Domingo da Quaresma).
- Combinar, em família, a participação nas várias celebrações do Tríduo Pascal.
BÊNÇÃO
Se a oração se faz antes da refeição, pode terminar com esta Bênção:
G. Bendito sejas, Senhor nosso Deus, que reúnes os Teus filhos como ramos de oliveira em redor da Tua mesa. Guarda-nos na fidelidade ao Teu amor, por Cristo, nosso Senhor.
Todos fazem o sinal da cruz, enquanto o/a Guia conclui:
G. Em nome do Pai…
Se a oração se faz noutros momentos, pode terminar com esta Bênção, dita pelo(a) Guia, enquanto todos se benzem fazendo o sinal da cruz:
G. O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.
R. Ámen.
Louvavelmente, os pais abençoarão os filhos impondo a mão direita sobre as suas cabeças ou com outro gesto, segundo o costume. Os filhos, agradecidos, poderão beijar a mão de quem os abençoa.
Por: Padre Francisco Andrade
Pároco de Leça da Palmeira
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