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“Perdoemos ao nosso irmão do fundo do coração”
É realmente maravilhoso podermos ter, semana após semana, uma proposta de reflexão a partir do Evangelho do Domingo. Não me canso de dizer que é apenas uma proposta, um simples subsídio para nos ajudar a viver mais intensamente o dia do Senhor, também no seio familiar.
É evidente, que o verdadeiro manancial vamos buscá-lo à celebração da Eucaristia, pois nela bebemos diretamente da fonte, como dizia o santo Papa João XXIII. Quem puder, assim deve fazer.
Pe. Francisco Andrade
LITURGIA FAMILIAR
SAUDAÇÃO
Guia: ‘Setenta vezes sete’ não é uma conta para definir o teto máximo do perdão. É uma operação, sem lógica, que se faz a partir do coração. O coração é a porta por onde entra e por onde sai o perdão. Entra pela porta do nosso coração o perdão de Deus em valores elevados ao infinito, que jamais poderíamos saldar. E às vezes não sai do coração o perdão para o irmão ou então ou é dado a custo e sob condição. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
Todos: Ámen.
PEDIMOS PERDÃO
Um dos membros da família: Pelas vezes em que somos mesquinhos e intolerantes, sem piedade nem compaixão: Senhor, misericórdia.
Todos: Senhor, misericórdia.
Um dos membros da família: Pelas vezes em que perdoamos apenas o que é desculpável, mas não nos atrevemos a perdoar o que é imperdoável: Cristo, misericórdia.
Todos: Cristo, misericórdia.
Um dos membros da família: Pelas vezes em que preferimos a vingança, em vez do perdão e da reconciliação: Senhor, misericórdia.
Todos: Senhor, misericórdia.
ACOLHEMOS A PALAVRA
Leitura do Santo Evangelho segundo São Mateus – 18, 21-35
Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe:
“Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?”.
Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei
que quis ajustar contas com os seus servos.
Logo de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos.
Não tendo com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher,
os filhos e tudo quanto possuía, para assim pagar a dívida.
Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo:
‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’.
Cheio de compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida.
Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários.
Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’.
Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo:
‘Concede-me um prazo e pagar-te-ei’.
Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto devia.
Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes
e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido.
Então, o senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau,
perdoei-te tudo o que me devias, porque mo pediste.
Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’.
E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia.
Assim procederá convosco meu Pai celeste,
se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração”.
PARTILHAMOS A PALAVRA
Guia: A mensagem de Jesus na parábola é clara: diante de Deus, este servo, isto é, eu, tu, nós… somos todos devedores. Somos devedores, diante de Deus, de uma dívida que não estaremos nunca à altura de saldar. Só um grande perdão nos poderá salvar. Diante de Deus, somos todos insolventes! Mas, pela graça de Deus, por um amor infinito, por um excesso de compaixão divina, esta nossa dívida foi totalmente saldada. Fomos resgatados por grande preço, pelo Sangue de Cristo (cf. 1 Cor 6,20). Neste “Tempo da Criação”, que estamos a viver entre os dias 1 de setembro e 4 de outubro, é importante darmo-nos conta, por exemplo, de quanto Deus nos cobre literalmente de todos os seus dons maravilhosos, sem nos cobrar nada! Devedores de tanto, devedores de tudo, diante deste Deus Criador e Senhor de todas as coisas, como corresponder ao excesso deste amor? Podemos dizê-lo assim: sejamos sóbrios a gastar, simples a usar, generosos a partilhar, excessivos a perdoar; cuidemos hoje a Terra do amanhã, como jardineiros apaixonados da Criação, amando e servindo a todos, “com todo o coração”!
APRESENTAMOS AS NOSSAS PRECES
Guia: Ao Senhor, nosso Deus, clemente e cheio de compaixão, confiemos as preces do seu povo. Digamos:
Acolhe a nossa oração.
Um dos membros da família: Pela Igreja: para que seja instrumento da reconciliação dos humanos contigo e dos humanos entre si, nós Te pedimos:
Todos: Acolhe a nossa oração.
Um dos membros da família: Pelos que governam: para que promovam o perdão da dívida financeira aos países mais pobres, como ato de justiça pela dívida ecológica contraída em relação aos mesmos, nós Te pedimos:
Todos: Acolhe a nossa oração.
Um dos membros da família: Pelo bom êxito do novo ano laboral, escolar e pastoral: para que nos reconheçamos devedores em relação aos outros, cuidando dos irmãos, com ternura, amor e misericórdia, nós Te pedimos:
Todos: Acolhe a nossa oração.
Um dos membros da família: Pela nossa família: para que correspondamos ao teu amor infinito, sendo sóbrios a gastar, simples a usar, generosos a partilhar, excessivos a perdoar, nós Te pedimos:
Todos: Acolhe a nossa oração.
Um dos membros da família: [acrescenta a tua intenção], nós Te pedimos:
Todos: Acolhe a nossa oração.
Guia: Rezemos como Jesus Cristo nos ensinou:
Todos: Pai nosso…
ASSUMIMOS UM COMPROMISSO
Guia: O que temos a dar ou a perdoar aos outros, comparado com o que Deus nos perdoa, não passa de um grão de areia. A prática do perdão requer treino. Começa por coisas pequenas que desenvolvam os ‘músculos’ da mente e do coração: um familiar que fez alguma coisa que te magoou ou um amigo que quebrou a tua confiança. Podes começar já hoje! Bendigamos o Senhor!
Todos: Graças a Deus!
BÊNÇÃO DA MESA (para rezar antes da refeição em família)
Guia: Deus Criador, ajuda-nos a tomar consciência da nossa dívida de amor, por tantos dons gratuitamente recebidos. Abençoa esta mesa e esta família. Ensina-nos a ser sóbrios a gastar e simples a usar, generosos a partilhar, excessivos a perdoar. Faz de nós todos verdadeiros irmãos que habitam e embelezam a Casa Comum.
Todos: Ámen.
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