A marginal de Leça da Palmeira

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Há duas semanas teve início a época balnear e o verão aproxima-se a passos largos, apesar do tempo continuar a desmentir o calendário.

Nesta altura a marginal de Leça torna-se, ainda mais, o destino de milhares de pessoas, não só de Leça como dos concelhos limítrofes. Procuram as nossas praias, as belas paisagens que a Natureza proporciona em Leça, a boa comida servida nos restaurantes locais ou, simplesmente, um espaço amplo onde dar um belo passeio ou praticar algum desporto.

Quem, como eu, conheceu a «antiga» marginal, não hesita em afirmar que a «nova» é muito mais bonita. Quem apenas conhece esta atual marginal também não pode deixar de destacar a sua beleza.

Mas se em termos de estética a marginal está linda, o mesmo não se passa em termos de funcionalidade. Em relação à «antiga» marginal pouco ou nada se alterou.

Quem procura a marginal para passear não encontra bancos onde descansar ou apreciar as vistas marítimas. E, se pára, arrisca-se a apanhar uma insolação, visto que não há árvores ou qualquer tipo de arbusto que proporcione uma sombra refrescante.

Se é um casal com filhos pequenos e que espera um local onde as crianças se possam distrair, fica completamente desiludido. Não há um parque infantil onde as crianças possam brincar e se correm é preciso estar muito atento, pois a qualquer momento podem ser atropeladas por uma bicicleta. É que a ciclovia termina no início da marginal e recomeça no final da mesma, ou seja, Leça da Palmeira, não tem direito a ciclovia como as restantes freguesias.

Praticar desporto na marginal resume-se quase unicamente a caminhadas e corridas, já que não existem equipamentos desportivos. Curioso é que nas marginais dos concelhos vizinhos não faltam equipamentos.

E quem corre e precisa de se hidratar não encontra bebedouros na marginal de Leça. São mais de 2 Km sem qualquer ponto de água. E também aqui, se passarmos para Perafita ou Lavra não faltam estes equipamentos.

Outro problema resulta da falta de WC. Quem necessita tem de utilizar os WC dos estabelecimentos comerciais, sujeitando-se a ter de consumir.

Quando a noite chega, a iluminação insuficiente faz aumentar a sensação de insegurança, até porque existem áreas que ficam completamente às escuras. Nas áreas iluminadas a luz é tão fraca que só se reconhece o rosto de quem cruza connosco a pouco mais de 1 ou 2 metros.

Há pouco tempo foi efetuado um inquérito aos utentes da marginal e estes foram os principais problemas apontados.

Os nossos autarcas conhecem estas opiniões e espero que seja possível resolver alguns destes problemas a curto prazo. É que o tempo passa e a desculpa dos direitos de autor do arquiteto Siza Vieira começa a ficar gasta.

Até à próxima semana.

Saudações leceiras

Joaquim Monteiro


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