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Um centro tecnológico para os setores da energia e do mar e o novo centro de investigação marinha são as sugestões da autarquia para aquele espaço.
A Câmara de Matosinhos já apresentou uma proposta à Galp e ao Governo sobre o que poderá ser concretizado nos terrenos da antiga refinaria da empresa, em Leça da Palmeira, assim que fique concluído o processo de desmantelamento e de descontaminação da unidade industrial que deixou de produzir a 30 de abril.
Em declarações ao ECO, a presidente da Câmara, Luísa Salgueiro, explicou que a proposta está dividida em duas partes, sendo que a primeira seria “da responsabilidade da própria Galp”: um centro tecnológico dedicado aos temas da energia e do mar, acolhendo novas empresas e start-ups destes setores.
Outra parcela seria cedida à autarquia para a construção de uma infraestrutura ligada à Universidade do Porto e dedicada à investigação do mar. A ideia é que pudesse acolher o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) que “já não tem condições para continuar onde está”, no edifício do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões.
“Agora cabe à Galp decidir. Ainda não recebemos nenhuma proposta da empresa em relação ao que pretende fazer nos terrenos. (…) Encararam positivamente as novas sugestões e estão a estudar, mas o timing da Galp é mais demorado e ainda não estão em condições de apresentar a proposta definitiva”, contou a autarca socialista.
Siza Vieira deu a “lição” à Galp
Menos de uma semana depois de António Costa ter agitado a campanha eleitoral com as críticas ao processo de encerramento da refinaria e com a promessa de dar uma “lição” à Galp, o ministro da Economia referiu que “a lição a tirar deste processo é que é necessário planear melhor” estes dossiês, “não apenas na perspetiva dos agentes económicos que têm de tomar decisões, mas nos impactos que tem nas suas comunidades e nos territórios em que se inserem”.
Para Pedro Siza Vieira, que falava também à margem da apresentação do projeto do novo campus da Farfetch, precisamente em Matosinhos, “o importante é assegurar que todos os trabalhadores afetados por encerramentos de atividades determinados pela transição energética, devem ter acesso a esquemas de proteção na cessação do emprego, mas sobretudo de apoio à formação para requalificá-los como cidadãos produtivos”.
Um estudo socioeconómico realizado pela Universidade do Porto estima que o encerramento da refinaria nortenha representa uma redução de 1.600 postos de trabalho em Matosinhos e de 5.000 na Área Metropolitana do Porto. A análise, citada pela Lusa, calcula também perdas equivalentes a 5% do PIB no concelho e de 1% na Área Metropolitana do Porto.
in Eco