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O Natal aproxima-se a passos largos. Nas ruas leceiras já são bem visíveis os sinais que nos apontam para esta época especial: as luzes, as montras decoradas, a música, os carroceis, as barracas de farturas, a «Aldeia Natal», os presépios.
As crianças são aquelas para quem o Natal tem mais magia. Sem as preocupações que os adultos têm, nomeadamente com a «gestão do mealheiro», as crianças centram a sua atenção na magia das luzes, na panóplia de brinquedos que lhes entram pelos olhos dentro e nos divertimentos.
Conhecedores deste facto os comerciantes apostam fortemente nesta época natalícia. Em colaboração com a Junta de Freguesia, a quem cada comerciante pagou cento e oitenta euros (!), aumentaram-se as áreas com ruas iluminadas e com música, diversificou-se o tipo de iluminação e apostou-se na publicidade apelando às compras no comércio local.
Mas a febre consumista que ataca as pessoas nesta época não se limita às compras nas lojas. Também os «parques temáticos», como a «Aldeia Natal» no jardim Engenheiro Fernando Pinto de Oliveira, junto à igreja paroquial, ou o espetáculo «A Cinderela no gelo» no parque de estacionamento do Mar Shopping, são formas de apelar ao consumo.
Depois, ainda temos os carroceis e as farturas, por exemplo no parque de estacionamento junto à igreja e no passeio junto ao Parque Desportivo da Bataria. Além de serem mais uma forma de financiamento da Junta de Freguesia, são também mais um apelo ao consumo.
Ou seja, em Leça da Palmeira são inúmeras as formas de, em nome do Natal, apelar ao consumo.
Também adoro ver as ruas iluminadas, de ouvir músicas de Natal, de dar e receber prendas, mas tenho pena que não haja por parte das pessoas o mesmo investimento na promoção dos verdadeiros ideais do Natal.
Por detrás da troca de prendas, dos cartões de boas festas, das mensagens por telemóvel ou correio eletrónico, todos temos desejos mais profundos que devíamos valorizar, como a paz, a saúde, a harmonia familiar.
Um dos aspetos que sempre me marcou mais no Natal e ainda me atrai é a reunião da família. Reunidos à mesa pais, filhos, genros, noras, cunhados, netos, bisnetos, sobrinhos. Muitas vezes uma grande confusão, mas sempre aquela sensação especial de «voltar para os braços de minha mãe».
Podíamos fazer Natal sem gastar dinheiro. Podíamos fazer com que outras pessoas vivessem em paz com uma simples visita ou com uma palavra amiga.
Assim, deixo aqui um apelo aos leceiros. Este ano lembrem-se daqueles que não têm hipótese de ir às compras e colaborem com as associações que fazem recolha de roupas, alimentos, mobílias e brinquedos, para que estas possam ajudar outras pessoas a terem um Natal especial.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
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