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Galp, Município de Matosinhos e CCDR-N estudam soluções para os terrenos da Petrogal
O futuro dos terrenos da antiga refinaria da Petrogal, em Leça da Palmeira, começou ontem a ser traçado, com a assinatura de um protocolo de cooperação institucional entre a Galp, a Câmara Municipal de Matosinhos e a CCDR-N- Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.
Com o encerramento da refinaria, no contexto de transição energética em curso e no cumprimento dos objetivos de descarbonização, procura-se uma solução global, consistente, competitiva e inovadora para os cerca de 237 hectares de área da antiga refinaria.
“A Galp faz parte da História de Matosinhos há mais de 50 anos e estamos empenhados em continuar a ser um polo de desenvolvimento económico e social e gerador de emprego nesta região, com um projeto que será um dos eixos para colocar a Galp e o país na vanguarda da transição energética, da inovação e da descarbonização da economia, rumo a um futuro mais sustentável”, adianta o CEO da Galp, Andy Brown.
Em análise está a cedência de parcelas de terreno para a criação de um polo universitário, em parceria com a Universidade do Porto, destinado à atração e retenção de jovens talentos, nacionais e estrangeiros, reforçando o nível de qualificações na região e o seu potencial de aproveitamento por parte do tecido empresarial.
Innovation District
Outro dos projetos em avaliação é a criação de um Innovation District, uma solução integrada, assente num “ecossistema urbano, social e ambientalmente sustentável”, que prevê comércio e serviços, hotelaria, restauração, indústria 5.0, habitação, equipamentos culturais e de lazer, e um parque verde.
Com o Innovation District, prevê-se que, num prazo de 10 anos, sejam gerados direta ou indiretamente entre 20 a 25 mil postos de trabalhos.
A Galp irá manter no local uma infraestrutura logística de armazenagem, de modo a preservar a segurança do abastecimento do mercado na região. Em cima da mesa está também a possibilidade da Galp ali criar um polo de inovação e de investigação e desenvolvimento que, no contexto da transição energética e digital, promova a adoção de novos produtos, serviços e soluções neutros em carbono e assentes em novas tecnologias, sistemas e redes inteligentes e altamente conectados.
Para o efeito, será desenhado por um gabinete de arquitetura o Masterplan, instrumento que definirá a reorganização funcional de cada área, os diferentes usos futuros de cada uma das áreas e o plano de materialização das ações identificadas.
Uma equipa, chefiada pela antiga secretária de Estado da Indústria, Ana Lehmann, ficará responsável pelo desenvolvimento do projeto de requalificação urbanística de toda a área da refinaria. A esta equipa juntam-se nomes como os de Celeste Varum (CEO) e de José Sequeira (Planeamento Urbano), entre outros.
Esta equipa irá trabalhar em articulação com um Comité Estratégico composto por representantes da Galp, do Município de Matosinhos e da CCDR-N.
A reconversão da refinaria irá iniciar-se com o programa de desmantelamento e descontaminação dos solos.
Para mitigar o impacto económico e social em Matosinhos do encerramento da Petrogal, o Fundo de Transição Justa, integrado no programa Portugal 2030, reserva 60 milhões de euros. Parte desta verba será aplicada no apoio aos 1200 trabalhadores que perderam o seu emprego e às empresas afetadas, outra parte irá para a criação do polo universitário/centro de ciências e tecnologias da Universidade do Porto. O fomento de empresas na área da produção de energias limpas e a construção de uma Linha de Bus Rapid Transit (BRT) estão igualmente previstos.
“É um processo longo, mas que começa hoje”, sublinha Luísa Salgueiro, reiterando “o compromisso de Matosinhos em aproveitar as transições em curso para modernização do seu tecido económico e social”. Relativamente ao Plano Diretor Municipal (PDM), a edil afirma que os projetos em análise “encaixam-se perfeitamente” nas linhas daquele instrumento, que prevê para o local uma área de atividade económica.
O presidente da CCDR-N, António Cunha, destaca que “este será o maior e mais estruturante projeto de desenvolvimento regional de Portugal no horizonte da próxima década”. “Trata-se de uma oportunidade histórica para a região, a vários títulos. Desde logo, para a qualidade de vida das populações, mas também para a transição energética e a transformação da economia do Norte, o reforço estratégico do sistema regional de inovação e a criação de emprego mais qualificado”, acrescenta.
A sessão contou ainda com a presença da Presidente da Assembleia Municipal, Palmira Macedo, do Vice-presidente da autarquia, Carlos Mouta, dos vereadores Manuela Álvares, Fernando Rocha, António Correia Pinto, Marta Pontes e Vasco Pinho, e do presidente da união das freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, Paulo Carvalho.