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Em 2013 tive a oportunidade de escrever um artigo sobre a Rua Óscar da Silva, a rua onde nasci e, em 2015, um outro artigo sobre o homem que dá o nome à rua.
Passados praticamente três anos desde que escrevi esse artigo, é com enorme tristeza que vejo que pouco ou nada se alterou. Pior ainda, o que se alterou foi ainda para pior. Apesar de ter o nome de um dos mais prestigiados leceiros (não por nascimento, mas por afinidade) e de ter sido uma das principais artérias da freguesia em tempos não muito antigos, a Rua Óscar da Silva tem sido claramente menosprezada pelos nossos governantes autárquicos.
A nova realidade leceira com a urbanização dos terrenos a oeste e o desenvolvimento da marginal, a transferência de áreas residências para essas novas zonas, com a respetiva deslocação dos transportes públicos, fizeram com que a Rua Óscar da Silva perdesse a sua vertente centralizadora e se convertesse numa artéria periférica ao quotidiano leceiro.
[h2]Rua Óscar da Silva sujeita ao abandono nos últimos anos[/h2]Embora compreendendo a nova dinâmica urbana de Leça da Palmeira e o papel periférico da Rua Óscar da Silva, não me parece que seja justificável o abandono a que esta artéria tem sido sujeita nos últimos anos.
Começo pelo estado do piso. A área da rotunda com a rua Veloso Salgada, Fernando Aroso e Belchior Robles (rotunda do Millenium) até Perafita foi intervencionada há poucos meses, tendo sido substituído o piso que se encontrava em péssimas condições. Nada a opor à execução desta obra, que apenas pecou por tardia, mesmo considerando que o piso remodelado tinha sido colocado há pouco tempo. Mas é difícil entender porque não se substitui o piso da parte sul da Rua Óscar da Silva, nomeadamente na zona das Icas, onde o seu estado é, no mínimo, lastimável. No entanto, toda a rua merecia ser intervencionada desde o seu início na zona junto ao Porto de Leixões. Estamos a falar duma área que abrange a entrada para o Museu da Quinta de Santiago, para a Capela de Santana, para a escola da Amorosa, entre outros.
Digo que é difícil entender, mas se calhar até não é. Aos olhos dos nossos governantes é uma rua periférica, onde já não passam transportes públicos, que não tem um comércio que abranja muitas pessoas e que é constituída, na sua grande maioria, por casas tradicionais e não por grandes blocos de apartamentos.
A ordenação do trânsito é outro aspeto que deve ser destacado quando se fala da Rua Óscar da Silva. Partes da rua têm sentido único e outras partes duplo sentido. Até aqui nada de estranho, mas se considerarmos que pode haver um qualquer impedimento na zona a seguir às Icas, para norte, com a necessidade de se cortar o trânsito, não há qualquer alternativa para os moradores das Icas ou para quem vem a subir a rua. Não estou a falar de uma situação hipotética pois tal já aconteceu e estive mais de 30 minutos parado à espera que a rua fosse reaberta.
Alguns poderão dizer que imprevistos acontecem a toda a hora e que o mesmo pode acontecer numa autoestrada. É verdade. Mas mesmo aí procura-se que haja alternativas. Neste caso concreto da Rua Óscar da Silva a alternativa nem era muito difícil, bastava abrir uma ligação à Avenida António Macedo (rua da Exponor). Estamos a falar de uma ligação de poucas dezenas de metros e que serviria para escoar muito trânsito, aliviando mesmo a rotunda do Millenium.
A iluminação deficiente é outro dos aspetos marcantes da Rua Óscar da Silva. Muitos dos utentes dos restaurantes da zona são surpreendidos ao chegar aos carros encontrando-os com vidros partidos e assaltados.
Um executivo atento, que se diz próximo das pessoas, com zeladores que devem conhecer bem as suas áreas de intervenção, não pode deixar que tudo isto aconteça na Rua Óscar da Silva.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
É uma vergonha
Leça da Palmeira contribui com a maior parcela no que a Derrama Municipal diz respeito e continua a ser ignorada e desprezada, como sempre…