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No final de janeiro tive a oportunidade de escrever sobre os «zeladores da cidade» partindo da auto promoção que o executivo da Junta de Freguesia fazia a este programa de voluntariado e que me parecia de todo descabida.
O tempo pareceu dar-me razão. Passados três meses, a Junta de Freguesia iniciou uma série de encontros com a população para dar a conhecer aos matosinhenses e leceiros os «seus» zeladores. Se tudo corria tão bem, como o executivo queria fazer transparecer, não seria necessária esta ação de apresentação à população.
Mas esta iniciativa – de apresentação dos zeladores à população – parece-me de todo pertinente. Pelos números apresentados os resultados da ação dos zeladores ficaram muito aquém do desejado. Ao fim de um ano são poucos os matosinhenses e leceiros que conhecem os zeladores e é ainda muito menor o número de pessoas que sabe como os contactar.
No entanto nem tudo parece correr bem nestas apresentações. Por exemplo, na sessão do Monte Espinho, zona onde resido, estavam presentes 2 dos 3 zeladores que abrangem toda a área do bairro. Por azar meu, o que faltava era precisamente o que tem a seu cargo a minha rua.
Acresce que, por acaso, até conheço pessoalmente a grande maioria dos zeladores que têm a seu cargo a área de Leça da Palmeira. Uma vez mais, por azar meu, um dos poucos que não conheço é o da minha rua. Assim continuo sem o conhecer.
Outra lacuna detetada na apresentação foi a maneira de contactar os zeladores. Saber quem são os zeladores é importante, mas mais importante ainda é saber como os contactar. Se tenho de me dirigir à Junta de freguesia ou enviar um email, mais vale fazer diretamente a denuncia da ocorrência do que estar a gastar tempo a solicitar a intervenção de um intermediário.
[h2]Os números de telemóvel dos zeladores vão passar a ser públicos[/h2]O senhor presidente da Junta de Freguesia quando questionado a este respeito informou que os números de telemóvel dos zeladores vão passar a ser públicos para facilitar o contacto com a população. Congratulo-me com esta decisão.
A figura do zelador procura ser uma aproximação do poder autárquico à população, principalmente para aqueles que estão menos habituados às novas tecnologias ou que não têm tantas possibilidades de se dirigir ao edifício da Junta de Freguesia. São leceiros e matosinhenses, voluntários, que abdicam de algum do seu tempo para estar ao serviço da causa pública.
Contudo, o voluntarismo não chega. É necessário que sejam capazes de estar no terreno, de conhecer as suas áreas, de estar sempre «em cima do acontecimento», de conhecer as sensibilidades das populações. Espero que não se limitem a receber as «queixas» da população».
Por outro lado, espero que estejam recetivos a escutar as opiniões de todos e que não haja qualquer tipo de discriminação.
Por fim espero que as queixas da população tenham correspondência na resolução dos seus problemas. Não adianta de nada as pessoas queixarem-se se os responsáveis autárquicos não forem capazes de resolver os seus problemas. Normalmente é isto que acontece e, talvez por isso, é que as pessoas aproveitaram as sessões de apresentação dos zeladores para apresentar algumas das suas preocupações e não estavam tão preocupadas em saber quem é o «seu» zelador.
Não podemos esquecer que na Constituição da República Portuguesa a criação do Poder Local se justifica com a necessidade de dar uma resposta rápida e eficaz aos interesses das populações respetivas.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
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