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Assinala-se hoje o 24.º aniversário de falecimento do Padre Alcino Vieira dos Santos.
Não queríamos deixar passar em branco esta data e por isso publicámos neste espaço um pouco da vida e obra daquele que (ainda hoje) é uma figura ímpar e incontornável da história religiosa e social de Leça da Palmeira.
Breve biografia do Padre Alcino Vieira dos Santos
Alcino Augusto Vieira dos Santos, nasceu a 23/05/1913 na freguesia de Argoncilhe do então concelho da Feira.
Fez os seus estudos para o sacerdócio nos seminários da Diocese do Porto e foi ordenado Presbítero a 01/08/1936.
A sua índole empreendedora começou a revelar-se logo na paróquia de Pedorido do concelho de Castelo de Paiva, a sua primeira paróquia de agosto de 1936 a 30/06/1945, onde promoveu a construção da nova Igreja paroquial de Pedorido (inaugurada em 1949) e da Residência Paroquial com a comparticipação do Estado e da Direção da Empresa Carbonífera do Douro.
A 01/07/1945, foi designado Pároco de Leça da Palmeira tendo permanecido nestas funções durante mais de 33 anos até 22/12/1978, dia em que resignou voluntariamente do cargo:
logo em 1945, organizou o 1.º Cortejo de Oferendas seguido de leilão a favor do restauro da igreja (o que permitiu o seu restauro exterior ainda nesse ano) e ainda organizou mais dois Cortejos de Oferendas seguidos de leilão em 1953 e 1960 a favor da continuação do restauro da igreja e também da construção do Salão Paroquial que ficou concluído em 1958 continuando a sofrer melhoramentos nos anos seguintes;
em março de 1953, fundou o boletim mensal paroquial “A Voz de Leça” de que foi o 1.º diretor durante 25 anos e que ainda se publica, tendo a colaboração do seu amigo e ilustre leceiro Jorge Bento que foi redator durante muitos anos;
foi professor de Religião e Moral no Externato Académico de Leixões durante algum tempo, por volta de 1955;
entre 1957 e 1969, com a ajuda de muita gente generosa com posses e de famílias humildes mas não menos generosas incluindo Jorge Bento, e ainda com a colaboração do chamado ‘Património dos Pobres’ da ‘Casa do Gaiato’ do Padre Américo, mandou construir as Casas dos Pobres (32 casas de habitação para famílias pobres) no lugar de Gonçalves (12) e no de Rodão (20);
a 25/11/1961, foi inaugurada com a assistência das autoridades locais, no prédio cedido pela Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL) e situado no n.º 78 da R. Fresca, a Obra do ‘Apostolado do Mar’ (Obra Internacional Pontifícia da Igreja Católica com mais de mil Stella Maris pelo mundo) com o nome de ‘Stella Maris de Leixões‘ por iniciativa do padre Alcino Vieira que foi o seu 1.º diretor e cuja presidência e direção espiritual continuam sob a égide paroquial (seu diretor é o atual Pároco de Leça da Palmeira, Francisco Andrade Moreira da Costa nascido a 26/09/1961 e ordenado a 09/07/1989) tendo por objetivo dar assistência social, moral e espiritual aos tripulantes e suas famílias pertencentes às marinhas de comércio e de guerra que demandavam e demandam o porto de Leixões tendo em 1999 sido já procurado por mais de meio milhão de tripulantes de todas as nacionalidades (atualmente, e depois da sua grande remodelação que ficou concluída em maio de 2001, proporciona um ambiente calmo, familiar e provido de sala de estar com televisão, internet, telefone, bar, câmbio de dinheiro, sala de jogos e uma área com 18 quartos com banho privativo, televisão por cabo, ar condicionado, rodeados por um belo jardim, sempre acompanhados por funcionários disponíveis para auxiliar no que for necessário);
entre 1962 e 1965, construiu a nova residência paroquial de Leça da Palmeira depois de a velha residência paroquial ter sido demolida por causa da construção da atual Av. Dr. Fernando Aroso;
em dezembro de 1965, sob a sua égide e do sacristão Luís Almeida Barra (em 2002, foi o último ano em que Luís Almeida Barra foi o responsável pela elaboração do presépio da Igreja de Leça da Palmeira), foi fundada a ‘Associação dos Acólitos de Leça da Palmeira‘ (AALP) que conta atualmente com cerca de 60 acólitos;
concluída a obra da construção do Salão Paroquial, entendeu o padre Alcino dedicar no número de fevereiro de 1966 uma homenagem às figuras que mais se distinguiram, na sua opinião, na construção do Salão Paroquial (Eng.º Henrique Scherreck, director da APDL, que deu facilidades e auxílios de primeira importância; Eng.º Alberto da Cunha Leão, diretor dos Serviços de Exploração da APDL, que com o seu dinamismo e espírito meticuloso a quem não escaparam pormenores e ainda com a sua boa vontade sempre pronta a conceder facilidades; António de Carvalho, António de Carvalho Júnior e Fernando de Carvalho, proprietários da FACAR, que sempre avançaram na vanguarda do progresso do Salão Paroquial e deram substancial auxílio material; João Ramsey Nicolau de Almeida que, na qualidade de membro da Comissão Fabriqueira e Juiz da Confraria do Santíssimo Sacramento, ajudou com o seu trabalho, opinião esclarecida e subsídios em dinheiro de primeira grandeza; Dr. José Leite Nogueira Pinto, Conde de Leça, que contribuiu com precioso auxílio material; Arq.º Bruno Reis pelo seu edificante desprendimento e pelo zelo com que orientou e acompanhou a obra até ao fim a título gratuito; Eduardo Vieira que foi um dinâmico organizador e competente orientador da Campanha das Cotas mensais ou ‘Inquilinos do Salão’ gerando para esta obra mais de 200 contos; Augusto Duarte Pedroso que foi um incansável trabalhador e competente orientador que ajudou o Pároco na direção da obra do Salão Paroquial; Manuel Gonçalves Morgado que ofereceu, conjuntamente com o seu genro António Oliveira, alguns metros de terreno para a construção do Salão Paroquial; o grupo coral ‘Capela de São Miguel‘ que lançou e organizou as atividades teatrais e cinematográficas, estacando-se o seu director Jorge Bento pela atividade desenvolvida no cinema, José Ferreira Santiago que fez gratuitamente toda a obra de picheleiro e Francisco Leite que organizou e desenvolveu as atividades do bufete);
entre 1965 e 1970, ordenou um novo restauro interior da igreja incluindo o retábulo do altar-mor e o teto, bem como ordenou alguns restauros nas várias Capelas de Leça da Palmeira, sob a orientação de reputados arquitetos;
de 1969 a 1978, foram mandados construir os Anexos ao Salão Paroquial, para possibilitar atividades culturais como o teatro amador e a projeção de filmes, sessões de instrução religiosa e encontros de Movimentos Cristãos, atividades juvenis, salas de catequese e exposições.
Logo a seguir, de 1979 a 1995, foi por último durante 16 anos capelão do Hospital Santos Silva situado na freguesia de Mafamude do concelho de Vila Nova de Gaia.
Faleceu nesta freguesia a 27/03/1996, tendo sido sepultado no cemitério da freguesia de Seixezelo do mesmo concelho onde o seu irmão também padre Elísio Vieira dos Santos começou a construir uma casa no gaveto da R. da Lomba e R. Joaquim Ferreira dos Santos.
A 04/07/2004, pelas 15:30 e no Adro da Igreja Matriz de Leça da Palmeira, foi descerrado o seu Busto cujo pedestal foi parcialmente oferecido pelo empresário Filinto Monteiro, numa cerimónia que contou com a presença do então Presidente da Câmara de Matosinhos Narciso Miranda, do então Vigário Geral da Diocese Monsenhor António dos Santos, do então Pároco de Leça da Palmeira Fernando Cardoso de Lemos, da sua irmã Arminda Vieira dos Santos ainda viva e do padre jesuíta leceiro João Santos que foi seu condiscípulo de curso, além de outras entidades civis e religiosas.
José Rodrigues