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Leça da Palmeira tem uma população que ronda os 18 500 habitantes e não tem uma piscina municipal coberta.
Já em variadas ocasiões este assunto foi promessa eleitoral, tanto no tempo de Narciso Miranda como no de Guilherme Pinto. Até já foram indicados vários locais para a sua construção, sendo que a altura em que esteve mais perto foi no momento da aprovação do plano de construção do complexo desportivo da Bataria. Contudo, quando se procedeu à construção do complexo, a piscina ficou na «gaveta», tendo sido substituída por um parque radical, que entretanto já desapareceu, tendo surgido um campo de futebol de sete.
A «desculpa» pública apresentada para a não construção da piscina foi a existência de várias piscinas em Leça da Palmeira, duas municipais e mais três ou quatro em ginásios particulares. Para os autarcas, Leça da Palmeira é uma terra seletiva para se viver, ou seja, só vive cá quem tem alguma estabilidade económica e, como tal, pode pagar facilmente a mensalidade dos ginásios particulares.
Parece-me que os últimos anos desmentem a visão dos autarcas. Leça da Palmeira e os seus habitantes não estão imunes à situação real do país: a crise económica que se arrasta desde 2008 e que traz com ela uma grande carga de austeridade e o envelhecimento da população.
Com a crise e as medidas de austeridade levadas a cabo pelo Governo, parte da classe média leceira passou ao grupo dos pobres e isso fez-se sentir nas inscrições e frequência dos ginásios. Pelo menos dois destes estabelecimentos de prática desportiva, que tinham piscina, prescindiram das mesmas devido aos elevados custos de manutenção e falta de utentes.
Por outro lado, o envelhecimento da população e o stress da vida diária levam a que cada vez mais haja um número de pessoas a necessitar de frequentar as piscinas. Os médicos dizem que a natação é o desporto mais completo, pois trabalha praticamente todos os músculos do corpo e promove o desenvolvimento cardiovascular. E já os antigos falavam das qualidades medicinais da água.
Uma piscina coberta em Leça da Palmeira está mais do que justificada.
Contudo, olhando para o Plano de Atividades da Junta de Freguesia, aprovado em dezembro, nem se fala na piscina. No entanto, diz-se que se pretende fomentar a prática desportiva entre os mais idosos (+ 65) por forma a melhorar a sua qualidade de vida. Mas para esses idosos, a Junta só considera pertinente as danças de salão, as caminhadas, estimulação cognitiva, ateliers de pintura, ginástica e outras. Ainda pensei que nessas outras estaria a natação, mas quando se passa para a parte dos projetos estruturais no Plano de Atividades, a piscina também não aparece, surgindo a elaboração do projeto para a construção de um novo pavilhão municipal.
Ora pavilhões, em Leça da Palmeira temos o do Leça Futebol Clube, o da Cohaemato, o da Bataria, o da Escola Engenheiro Fernando Pinto de Oliveira e o da Secundária. A todos eles os clubes têm acesso, de uma forma ou de outra, para os treinos e jogos das diferentes camadas etárias.
Não que seja contra a construção de um novo pavilhão (até porque nem diz que será na parte de Leça, podendo a sua construção ocorrer em Matosinhos), mas parece-me que mais urgente seria a construção da piscina em Leça da Palmeira.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
aqui ainda não tem qualquer comentário pk este senhor apenas vem dizer asneiras em todos os seus textos.
políticas contras políticas… caro amigo deixe-se disso é apenas a minha opinião e não quero ofender ninguém.