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Não sou um crítico acérrimo das empresas municipais. Concordo que muitas poderão desempenhar papeis fundamentais, equilibrando ações e orçamentos das Câmaras, da mesma forma como concordo que muitas não passam de «agências de emprego» para familiares e/ou conhecidos, de forma a pagarem-se favores.
Por isso mesmo compreendo a imposição governamental de regulamentar a criação e a existência das empresas municipais. Apenas lamento que não tenha havido coragem de ir mais longe e, exigir mesmo a extinção de certas empresas municipais.
Este preâmbulo vem de encontro ao que vi e vivi hoje relativamente à Matosinhos Sport.
Já em anteriores artigos critiquei esta empresa municipal, nomeadamente no que respeita à sua ação no atletismo. Não entendia porque se paga a organização de eventos desportivos a empresas particulares existindo a Matosinhos Sport que pode e deve executar essas tarefas, possuindo os meios humanos e logísticos necessários.
Hoje tive a resposta.
Não se aceita que num evento como o de hoje, a Beach Run, em que concluíram a prova principal (10 km) 639 concorrentes, não haja a indicação dos quilómetros, o que é fundamental para orientação dos atletas na gestão do esforço.
Também não se entende porque se fez o abastecimento aos 6 km e não a meio da prova como é tradicional.
São erros de amadores para uma empresa profissional.
E se olharmos ao custo da inscrição então o amadorismo ainda é mais acentuado, pois pagamos como se de uma prova profissional se tratasse.
Em Ovar, para correr a meia maratona (21 km), paga-se 5€ e em Ancede, para correr os 10 km paga-se também 5€, recebendo-se no final uma bengala que vale o custo da inscrição. Hoje, na Beach Run, pagamos 8€ para correr os 10 km e 4€ quem fez a caminhada. Mesmo descontando 1€ para apoio da luta contra o VIH/SIDA, o custo é excessivo.
Consultando a página oficial da Câmara Municipal de Matosinhos, constatamos que a Matosinhosport faz a gestão das piscinas e pavilhões municipais, bem como das zonas desportivas.
Mas hoje deram-nos uns panfletos publicitários relativos à Matosinhosport e fiquei a saber da existência do «ms fit», um ginásio low cost da Matosinhosport. Consultando os preços, verifiquei que estes são tudo menos low cost e muitos ginásios particulares apresentam preços bem mais atrativos.
A Matosinhosport é uma empresa municipal, devia ter fins sociais e não fins lucrativos.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
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