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O incêndio que aconteceu na sequência da desmontagem do guindaste Titã no Porto de Leixões, em 2012, vitimando mortalmente um trabalhador, foi “problema de equilíbrio e não de resistência” de uma estrutura, afirmou esta segunda-feira, em tribunal, um perito.
O professor catedrático Luís Martins, do Instituto Superior Técnico (IST), responsável pela elaboração de uma peritagem, afirmou que a queda da cabina da grua sobre as tubagens de gás, que depois explodiram, deveu-se ao facto de o contrapeso da máquina estar cheio, quando devia estar vazio, provocando instabilidade.
A 12 de abril de 2012, pelas 12h20, um grupo de trabalhadores estava a desmontar o guindaste Titã no molhe sul do Porto de Leixões, Matosinhos, por estar deteriorado, quando a cabina de uma grua, que ajudava na sua desmontagem, caiu sobre umas tubagens de gás que explodiu e causou o incêndio.
O acidente causou um morto, um homem de 40 anos, que estava suspenso na estrutura do guindaste e que acabou por resvalar e cair, e três feridos, um dos quais grave, tendo sido submetido a uma operação.
Desequilíbrio por negligência
O Ministério Público (MP) de Matosinhos acusou sete pessoas, trabalhadores e dirigentes da Administração dos Portos de Douro e Leixões (APDL) e de uma empresa de Penafiel, responsável pela obra, pelos crimes de incêndio, explosão e violação de regras de construção sob a forma de negligência.
“Era necessário retirar o interior do contrapeso da grua, não o tendo feito houve um desequilíbrio”, explicou o perito. Segundo o catedrático, a metodologia indicava a retirada do interior da caixa de contrapeso da grua e, se isso fosse cumprido, o acidente não teria acontecido.
Luís Martins sustentou que as peças Titã, que iam sendo cortadas e retiradas, tinham um peso superior ao estabelecido.
“A diferença de peso não foi comunicada, quando o normal seria faze-lo”, entendeu, reforçando que, apesar disso, a margem de segurança era “suficiente”, logo essa não foi a causa do acidente.
in CM
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