Petrogal no top 10 das maiores emissões poluentes em Portugal

Galp - Leça da Palmeira
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No topo surgem as centrais termoelétricas a carvão de Sines e do Pego, que representam quase um quinto das emissões de gases com efeito de estufa em Portugal.

A partir do tratamento dos dados de registo do comércio europeu de licenças de emissão relativos a 2016, a associação Zero divulgou a lista das 10 instalações que emitem mais gases com efeito de estufa em Portugal. Sem surpresas, as duas centrais termoelétricas a carvão em Portugal (Sines e Pego) asseguram o primeiro e segundo lugar nesta lista, representando quase um quinto do total de emissões no país, segundo os dados referentes a 2015.

Ao nível europeu, a central termoelétrica de Sines surge como a 18ª mais poluente em 2016, apesar da sua maior eficiência por comparação com outras centrais utilizando o mesmo combustível”, sublinha a associação Zero em comunicado (link is external). Para além das centrais de Sines e Pego, também a termolétrica da EDP em Lares ocupa o 9º lugar nesta lista.

As refinarias da Petrogal em Sines e Matosinhos ocupam o 3º e o 6º lugar do top, enquanto as cimenteiras da Cimpor e Secil em Alhandra, Outão e Souselas ocupam, respetivamente, a 5ª, 7ª e 8ª posições, com contribuições semelhantes para o total das emissões em Portugal, cerca de 1.5%.

O quarto lugar neste top pertence à Central de Ciclo Combinado da Tapada do Outeiro, da Turbogás, com mais de um milhão de toneladas de CO2 emitido. A fechar a lista, em 10º lugar, surge a indústria petroquímica de produção de olefinas da Repsol em Sines.

 

Zero quer fim das centrais de Sines e Pego “bem antes de 2030”

Olhando para o Orçamento do Estado para 2018, a Zero congratula-se e espera que não haja cedências por parte do governo na aplicação do imposto sobre os produtos petrolíferos e da taxa de adicionamento do carbono ao carvão utilizado na produção de eletricidade. Segundo os cálculos da associação ambientalista, se essa taxação fosse aplicada desde já, o custo por tonelada de carvão queimado seria de aproximadamente o dobro do que atualmente as instalações pagam no quadro do comércio europeu de licenças de emissão.

A associação desafia ainda o governo a “definir uma data limite para o funcionamento das centrais de Sines e Pego, bem antes de 2030, ano com que o Primeiro-Ministro e o Ministro do Ambiente já se comprometeram publicamente”.

No sentido de “acelerar a retirada do uso de carvão na produção de eletricidade em toda a Europa e promover a energia renovável limpa”, a Zero integra a campanha europeia “Europa após o carvão” (Europe Beyond Coal). Os elevados custos para a saúde pública associados ao uso do carvão são mais um motivo para pressionar os governos europeus a anteciparem as metas para o encerramento das centrais térmicas a carvão, defendem os ambientalistas.

Esta campanha europeia desafia ainda os governos a prepararem os seus planos para terminar o uso de carvão antes da reunião internacional do clima de 2018 (COP24) em Katowice, na Polónia. E que já na próxima semana, na COP23 que se realiza em Bona, possam aproveitar essa “excelente oportunidade para compromissos adicionais e ambiciosos para eliminar o uso do carvão”.

E.N


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