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A Galp iniciou os trabalhos de demolição da refinaria de Matosinhos. Qual será o impacto para a população? Como será afetado o seu dia-a-dia?
A antiga refinaria de Matosinhos está prestes a passar por uma significativa transformação. A partir de 23 de outubro, a Galp iniciou os trabalhos de demolição deste complexo industrial, encarando esse momento como o início de uma nova era.
Durante os próximos aproximadamente dois anos e meio, esta empreitada abrangerá uma série de medidas destinadas a monitorizar, controlar e mitigar quaisquer impactos adversos, sejam eles relacionados com ruídos, poeiras, odores ou movimentação de veículos.
Este artigo explora em detalhe o calendário da demolição, as medidas adotadas para garantir a saúde pública e o ambiente, e como o futuro da área agora se desenha com base na inovação e sustentabilidade.
Dúvidas, pedidos de esclarecimentos, reclamações ou sugestões relacionadas com o processo de demolição deverão ser enviadas para o email [email protected]
Calendário
Demolição da refinaria de Matosinhos e calendário previsto
A fase operacional do processo de demolição da refinaria de Matosinhos teve início no dia 23 de outubro. O início dos trabalhos vai incidir sobre os tanques de armazenagem, tendo uma duração prevista de dois anos e meio. Este plano de trabalhos foi aprovado pela Agência Portuguesa do Ambiente, estando a Galp comprometida com o seu cumprimento rigoroso.
A refinaria encerrou em maio de 2021, o que aconteceu desde então?
O processo de descomissionamento, desmantelamento e demolição da antiga refinaria de Matosinhos é um processo de grande dimensão e complexidade que teve início após o fecho desta unidade industrial.
O processo envolveu um vasto conjunto de operações preparatórias, que incluiu:
• A paragem das unidades processuais em segurança (sendo previamente processados os stocks de crude existentes)
• O processo de limpeza e desgaseificação de todas as unidades processuais, equipamentos e tubagens para garantir a eliminação de todos os hidrocarbonetos e produtos e assegurar as condições de segurança para os trabalhos de demolição
• Os trabalhos de limpeza em equipamentos e tubagens
• A separação física entre a refinaria a demolir e o parque logístico, que se mantém em funcionamento para assegurar o abastecimento da região norte do país
Para além disso, a complexidade do procedimento é extensível também a todo o processo de licenciamento associado a uma operação desta envergadura, incluindo todo o trabalho preparatório até à emissão das licenças de demolição (que envolveu pareceres de um conjunto significativo de entidades públicas) ou concursos para escolhas de empreiteiros, por exemplo.
Saúde e bem-estar dos cidadãos
O processo de demolição pode aportar riscos para a saúde pública?
Desde o fecho das instalações têm sido tomadas todas as medidas para minimizar eventuais riscos para a saúde pública, o que continuará a ocorrer à medida do andamento dos trabalhos.
Nos últimos dois anos, a equipa Galp, em conjunto com seus parceiros, inertizou e removeu de todas as unidades processuais, tanques e tubagens os produtos potencialmente nocivos.
Em simultâneo, através do seu plano de desativação, instituiu um rigoroso procedimento para o controlo e abate de substâncias que possam vir a representar risco para a saúde pública no decorrer das atividades de desmantelamento.
A população vai ser afetada por maus cheiros ou poeiras resultantes da demolição?
É natural que um projeto desta dimensão possa, pontualmente, originar a ocorrência de poeiras associadas à desmontagem/demolição de algumas infraestruturas.
Durante todo o processo de demolição da refinaria de Matosinhos será monitorizada a emissão de poeiras e outras substâncias previamente identificadas. Adicionalmente, durante os trabalhos, serão implementadas medidas de controlo de forma a minimizar as suas emissões.
De referir que o plano de demolição foi submetido à Agência Portuguesa do Ambiente, juntamente com o Plano de Gestão de Poeiras, estando a Galp comprometida com o seu cumprimento rigoroso e o acompanhamento da eficácia das medidas de minimização.
A população vai ser afetada pelo ruído proveniente dos trabalhos de demolição?
É natural que um projeto desta dimensão possa, pontualmente, provocar ruídos que extravasem os limites da refinaria, nomeadamente em momentos específicos de demolição de infraestruturas de maior dimensão.
A empresa especializada contratada para o processo de demolição implementará várias medidas de proteção contra o ruído, como a instalação de vedações com cortinas de proteção contra o vento ao redor da área dos tanques ou a instalação de um muro de contentores para fazer o som retornar à área de trabalho e mitigar, assim, a sua transmissão para a área residencial.
De referir que o plano foi submetido à Agência Portuguesa do Ambiente que também não levantou quaisquer questões ou obstáculos relativamente ao tema do ruído provocado pelas atividades de demolição.
Eventuais constrangimentos pontuais
O movimento de viaturas afetas à demolição vai complicar o tráfego já intenso? Vai haver cortes de estradas?
Serão implementadas medidas para mitigar constrangimentos ou cortes de estrada durante o dia, não sendo expectável que existam constrangimentos substanciais ao trânsito no decorrer dos trabalhos.
Os trabalhos de demolição e de descontaminação impedem ou condicionam de alguma maneira a fruição das praias e dos passadiços?
Não estão previstos quaisquer condicionamentos nos acessos às praias e passadiços durante o processo de demolição das infraestruturas da antiga refinaria de Matosinhos. Todos os trabalhos previstos cingem-se ao interior da refinaria, não estando prevista qualquer ocupação prolongada do espaço público.
Futuro
Está prevista a manutenção de algumas infraestruturas atuais da refinaria para o futuro deste espaço? Se sim, quais?
Pretende-se preservar e valorizar a memória e a história do lugar. Tal é visto como um fator diferenciador e um ponto forte do projeto de urbanização.
As instalações a manter foram definidas em conjunto com a Câmara Municipal de Matosinhos, ponderando o seu impacto e futuro potencial de utilização, mas também as implicações sobre os trabalhos de demolição e de manutenção e conservação das estruturas a preservar, bem como da remediação ambiental do local.
Em que fase está o desenvolvimento deste projeto de regeneração urbana?
A Galp e a Câmara Municipal de Matosinhos já chegaram a acordo sobre os princípios orientadores para o projeto de reconversão na área da antiga refinaria de Matosinhos, fundamentais para o desenho de um Masterplan.
A perspetiva macro deste projeto de reconversão assenta na capacidade de atrair investimentos mobilizadores nacionais e internacionais que garantam emprego qualificado, nomeadamente através da configuração de um hub tecnológico, estruturado num polo universitário, num parque tecnológico e em centros empresariais.
A reconversão deverá também garantir uma estrutura urbana plural nas suas diferentes escalas e modos de mobilidade, aplicando princípios urbanísticos das ‘Eco Smart Cities15’, em harmonia com o ecossistema ambiental e respeitando as caraterísticas específicas de frente marítima.
Fonte: Galp