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Agrupamento atuará a 25 de março e 1 de abril, respetivamente nas igrejas de Leça da Palmeira e do Padrão da Légua
Poucas coisas soam tão bem como a música de câmara no silêncio de um templo. Consciente disto, o Quarteto de Cordas de Matosinhos, presença regular na programação das principais salas de espetáculos de Portugal e da Europa, continua também a levar os grandes génios da música às igrejas do concelho de Matosinhos, numa iniciativa que visa democratizar as sonoridades eruditas e tem obtido ampla adesão por parte do público.
Nos próximos dois fins-de-semana, o quarteto que em 2014 venceu o Prémio Rising Stars da Organização Europeia de Salas de Concertos atuará, respetivamente, nas igrejas paroquiais de Leça da Palmeira e do Padrão da Légua, apresentando dois programas diferentes e que terão Schubert, Beethoven, Borodin e Grieg na ementa. A entrada é livre.
Já este sábado, 25 de março, pelas 18 horas, o QCM interpretará na igreja de Leça da Palmeira o “Quarteto de Cordas op.133, em Si bemol maior, Grosse Fuge” (1825-1826), de Ludvig von Beethoven, e o “Quarteto de cordas nº14, em Ré menor, D.810” (1824-1826), de Franz Schubert. Escrita depois do fracasso da ópera “Fierrabras”, esta peça popularmente conhecida como “A Morte e a Donzela” é uma das obras-primas do compositor alemão, concluída numa época em que, doente com sífilis, Schubert antecipava já a sua morte iminente. Quanto à sonata de Beethoven, foi considerada por Stravinski “a obra mais moderna de todos os tempos”.
Uma semana depois, 1 de abril, pelas 16h30, o quarteto composto por Vítor Vieira, Juan Maggiorani, Jorge Alves e Marco Pereira atuará na Igreja do Padrão da Légua, onde executará o “Quarteto de cordas em Ré maior, nº2”, de Alexander Borodin, e o “Quarteto de cordas op.27, em Sol menor”, Edvard Grieg.
Composta durante uma estada de Borodin na propriedade de um amigo em Zhitovo, o “Quarteto de cordas em Ré maior, nº2” foi dedicado à esposa do compositor, Ekaterina Protopova, evocando, segundo alguns estudiosos, o primeiro encontro do casal, em Heidelberg, vinte anos antes. O terceiro andamento deste tema haveria de dar origem à canção “And This Is My Beloved”, parte da banda sonora do musical “Kismet”, estreado na Broadway em 1953. Já a peça de Grieg mereceu de Franz Liszt o seguinte (e elucidativo) comentário: “Há muito tempo que não ouvia uma nova composição para quarteto de cordas que me intrigasse tanto como este trabalho distintivo e admirável”.
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