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O realizador André Almeida Rodrigues recebeu o prémio de Melhor Videoclipe no FestMedallo – Festival Internacional de Cine de Medellín, na Colômbia. A música “Break, break, break” pertence à banda portuguesa The Bookkeepers.
O prémio é internacional, mas André Almeida Rodrigues estava em Portugal quando soube da notícia. “Break, Break, Break”, dos portugueses The Bookkeepers, venceu o prémio de melhor videoclipe no FestMedallo – Festival Internacional de Cine de Medellín, na Colômbia. Em conversa com o JPN, o realizador não podia estar mais satisfeito, até porque, este foi o primeiro videoclipe que conduziu: “Foi sem dúvida o reconhecimento do meu trabalho e do trabalho da banda.”
O realizador de 30 anos, natural de Matosinhos, recebeu a proposta para filmar o videoclipe através de Meco Dabenda, vocalista da banda: “Não conhecia os The Bookkeepers, eles é que já acompanhavam o meu trabalho através das redes sociais. Deram-me a escolher a música entre as várias do EP de estreia e eu escolhi o single “Break Break Break”, contou.
A zona piscatória de Angeiras, em Matosinhos, foi o local escolhido pelo realizador para as gravações do videoclipe, em janeiro deste ano. Por trás das imagens a preto e branco, a mensagem é “retratar a nostalgia do dia à dia dos pescadores da comunidade”. Segundo André Almeida Rodrigues, o cenário foi pensado de acordo com a letra da música – o clássico poema homónimo do poeta britânico Alfred, Lord Tennyson (1809-1892). O grupo de Santa Maria da Feira assume-se como uma “banda de rock poético” por tocar exclusivamente temas de escritores. Florbela Espanca e Fernando Pessoa são alguns exemplos que inspiram os The Bookkeepers.
Sobre o dia das gravações, o realizador confessou que o maior desafio foi tentar que a câmara passasse despercebida: “A partir do momento que temos uma câmara ao lado, as pessoas tornam-se personagens porque ou se retraem ou exageram nos seus gestos. O que eu queria era captar o normal do dia à dia das pessoas, de forma genuína.”
Ao longo de quase quatro minutos de vídeo, as imagens da banda a tocar num café, cheio de pessoas, vão sobressaindo. A decisão de colocar os músicos nesse espaço, não foi por acaso. Tanto o realizador, como os músicos procuravam um local relacionado com o mar: “Fomos perguntar aos pescadores onde costumam ir quando estão em terra e indicaram-me o ‘Café da União Desportiva Lavrense’. Gostamos logo da ideia da banda tocar num espaço tão familiar à comunidade piscatória. Aproveitamos a ida dos pescadores ao café e a banda atuou na presença deles. O ambiente foi muito natural.”, explicou o realizador.
Percurso e projetos futuros de André Rodrigues
André Almeida Rodrigues terminou a licenciatura em 2011 na Escola Superior Artística do Porto (ESAP). Esteve quase três anos parado e depois decidiu frequentar o mestrado de Cinema, TV e Vídeo da Universidade Católica do Porto com o intuito de se relançar profissionalmente: “O objetivo era fazer trabalhos académicos com qualidade para conseguir boa visibilidade”, justificou.
No primeiro ano de mestrado fez o “Barbeiro Guitarrista”, curta documental que arrecadou um prémio e várias nomeações, e que conta com cerca de 30 exibições em 19 países.
“Alfaião”, o projeto final de mestrado, também está a ter sucesso. Para já, conta com 72 exibições, em 8 países: “Os filmes deixaram de ser simples trabalhos académicos e começaram a ter algum impacto internacional, por essa razão, o meu trabalho foi ficando mais conhecido.”, contou o realizador.
Em 2019, vai lançar ainda um documentário mobile – gravado com o telemóvel – chamado “História de embalar sabonetes”.
O videoclipe “Break, Break, Break” já tinha sido distinguido no 12 Months Film Festival, na Roménia.
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