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Sem surpresa é o mínimo que se pode dizer. No passado dia 11, na sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia, os representantes das populações de Matosinhos e Leça da Palmeira, decidiram que a sede da Junta de freguesia se situe em Matosinhos.
Pessoalmente, nada tenho a opor à decisão tomada. Como afirmei no artigo de há 2 semanas, desde que os serviços se mantenham abertos em ambas as freguesias (Leça e Matosinhos), pouco importa o local da sede. Não é isso que afeta a vida das pessoas.
Congratulo-me, isso sim, pelo facto de a Assembleia de Freguesia se ter pronunciado. Tudo parecia indicar que, uma vez mais, o silêncio ia ser a solução, deixando para terceiros a decisão. Felizmente, no final o bom senso prevaleceu.
Mesmo assim, em plena Assembleia, o eleito pela CDU defendeu que tudo devia ficar como estava na lei e que a Assembleia não se devia pronunciar, ficando o Governo com ónus da decisão. Compreendo a posição da CDU e reconheço que manifesta alguma coerência, mas não concordo com a mesma.
O PS foi uma pequena surpresa. Por um lado, em nome da coerência, defendeu que a Assembleia não se devia pronunciar, tal como se fez no passado recente no que respeitou à agregação das freguesias. Contudo, solicitou que a votação fosse secreta. Não se entende esta posição do partido Socialista. Será que o PS tem medo de tomar posição pública sobre assuntos que podem não ser consensuais?
O PSD manifestou a sua intenção em que a Assembleia se pronunciasse. Num sentido ou noutro, em Matosinhos ou em Leça da Palmeira, o importante era a manutenção dos serviços, já que é este o ponto que realmente interessa à população.
O Movimento Independente, que detém a maioria, reconheceu que a localização da sede da Junta não interfere com a população, que é indiferente, mas que como Matosinhos tem mais população tem lógica que a sede se localize nessa zona.
Curiosamente ou não, tentando justificar a posição que as mesmas pessoas há poucos meses, enquanto militantes do PS defenderam, e que era diferente, alegaram que a possibilidade de termos 6 freguesias em vez de 4 não passava de migalhas.
Não concordo com esta posição. Matosinhos ter 4 ou 6 freguesias faz toda a diferença, não são migalhas. É triste que se utilizem estes argumentos para justificar mudanças de posição política que não têm outra justificação que não os interesses pessoais e partidários.
Ainda na Assembleia de Freguesia, quando questionado por um eleito do PSD sobre a sua posição pessoal referente a este assunto, o Presidente da Junta optou por não se pronunciar visto ser uma competência da Assembleia e não do executivo da Junta. No entanto, manifestou a sua disponibilidade para a apresentar em qualquer ação do PSD, em qualquer local. E aproveitou para disparar em todos os sentidos, nomeadamente para pessoas com responsabilidade no PSD que estavam no público e que escrevem numa empresa privada no ciberespaço e que não têm coragem de falar nas Assembleias.
Não sei se era para mim que o Presidente da Junta falou. Não sou prepotente ao ponto de pensar que estes simples artigos que aqui deixo semanalmente são assim tão importantes. Mas como até podia ser para mim o referido comentário, apraz-me dizer o seguinte:
- No ciberespaço não há censura, não há limitação para a intervenção. Todos podem ler e opinar livremente. O senhor Presidente da Junta também.
- Na Assembleia de Freguesia há limites. Enquanto membro do público não me posso pronunciar sobre assuntos da ordem de trabalhos. O senhor Presidente da Junta que se vangloria por fazer formação autárquica em plena assembleia, tem a obrigação de saber isso.
- No ciberespaço a possibilidade de trocas de opinião é infinita, desde que respeitando regras de urbanidade. Na Assembleia de Freguesia a última palavra é sempre do senhor Presidente da Junta, não há igualdade.
Mas fico feliz por saber que o senhor Presidente da Junta, ou alguém por ele, lê estes meus artigos de opinião e que os tem em consideração, mesmo que não passem disso mesmo, de artigos de opinião pessoal, que não vinculam qualquer tomada de posição político/partidária.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
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