Translate
Sei que alguns dos leitores vão ficar surpreendidos por esta minha escolha para símbolo de Leça.
Por esse país fora são inúmeros os exemplos de cidades e/ou localidades que realçam acontecimentos, monumentos ou recriações ligados à religião. Em Leça da Palmeira não devemos menosprezar aquilo que temos de bom e a Visita Pascal é um desses factos bons. Sem querer entrar nos aspetos mais específicos da religião, pois o próprio sentido da Visita Pascal já é algo de maravilhoso, deixo aqui dois ou três aspetos que realçam a singularidade e importância da Visita Pascal.
A Visita Pascal é um símbolo desde logo pela surpresa.
Conheço muitas pessoas que vieram morar para Leça da Palmeira. Muitas vieram de cidades vizinhas e outras de lugares mais distantes, mas quase todas o fizeram por ser uma cidade com grandes qualidades ao nível de oferta de equipamentos, com paisagens maravilhosas, boas praias, excelentes serviços públicos, boa rede de serviços públicos, bons acessos a algumas das principais vias de comunicação e proximidade à cidade do Porto.
Mas o que a maioria dessas pessoas não esperava era que em Leça da Palmeira houvesse o «compasso». É curioso verificar a surpresa de muitas pessoas, das que vivem principalmente nos prédios novos, quando ouvem a campainha indicativa da Visita Pascal. Algumas questionam o que é, mas a grande maioria não evita os comentários do género: mas aqui também se faz? Na minha terra (ou na terra dos meus pais) é que havia. É tão giro! Íamos de casa em casa atrás do compasso!
A verdade é que de ano para ano são mais aqueles que vindo morar para Leça da Palmeira abrem as portas à Visita Pascal.
A Visita Pascal também é um símbolo pela mobilização das pessoas.
São vinte e oito, as cruzes que visitam as casas dos fiéis em todas as ruas de Leça da Palmeira. Cada cruz leva 4 ou 5 pessoas, o que dá perto de centena e meia de pessoas envolvidas diretamente na Visita Pascal. Hoje em dia, infelizmente, já são poucos os acontecimentos que mobilizam graciosamente tanta gente. E curiosamente cada vez é maior o número de jovens que participam, o que leva a pensar que esta «tradição» está para durar em Leça da Palmeira.
Mas a Visita Pascal também é um símbolo pela projeção da freguesia.
Embora já não haja a tradicional recolha das cruzes ao final do dia e que era motivo de atração para inúmeras pessoas de terras vizinhas, ainda há um número significativo de pessoas que vêm a Leça da Palmeira para assistir à saída ou recolha das cruzes.
Leça continua a ser surpreendente e a maravilhar quem cá vive e quem a visita.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
Num tempo sem valores, ou num tempo em que muitos dos valores que estão na génese do nosso país e da identidade europeia são colocados em causa por governos que se deixam influenciar pelo “multiculturalismo” que mais não é que a permissividade e a invasão de seres que nos odeiam e que pretendem a aniquilação do nosso modo de pensar e do nosso modo de vida, estes momentos, de tradição de fé e de comunhão com um ideal de humanismo e de vida, devem ser aplaudidos, respeitados e incrementados na juventude. Bem escolhido.
Um portuense-leceiro!