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Em Leça da Palmeira existem grupos que se dedicam à prática da solidariedade. À verdadeira solidariedade, a que é desprendida de qualquer interesse e que não se preocupa em ter visibilidade.
No Natal vemos muita gente a colocar-se em bicos de pés e a acenar a bandeira da solidariedade para ter algum protagonismo. É certo que acabam por praticar o bem e ajudar famílias carenciadas, mas sem verdadeiro altruísmo.
Não é desses que pretendo falar hoje. Quero chamar a atenção para aqueles que merecem todo o nosso apoio e consideração, para os verdadeiros voluntários da solidariedade em Leça da Palmeira. Até porque há muita gente de Leça a fazer voluntariado no Porto, talvez por desconhecer que o pode fazer aqui.
Sem pretender faltar à consideração a todos os que, em grupo ou individualmente, gastam grande parte do seu tempo a servir os outros, quero destacar neste espaço o Grupo Partilhar.
Em fevereiro de 2009, preocupados com o agravar da crise iniciada em 2008 e perante as notícias preocupantes que saíam na comunicação social, um grupo de pessoas juntou-se para distribuir sopas por aqueles que não tinham meios para fazer refeições diárias mínimas.
Inicialmente a sopa era distribuída na rua, no parque ao lado da Igreja, até que o Padre Lemos cedeu um espaço no salão paroquial para que, tanto os voluntários como os beneficiários, tivessem condições mais dignas e humanas. Eram cerca de 6 a 8 voluntários que prestavam apoio a pouco mais de 12 pessoas.
A distribuição, nestes primeiros tempos resumia-se à sopa e uma sandes, tudo feito pelos próprios voluntários.
Atualmente muita coisa mudou. Às quartas-feiras e ao domingo à noite, cerca de 30 voluntários prestam apoio a mais de 100 pessoas, embora nem todos presencialmente.
O apoio prestado vai muito além da sopa. Nos dias acima referidos, quem procura os voluntários deste grupo, pode comer uma sopa quente, pão e alguns salgados. E, para casa, leva um saco com sopa, uma garrafa de água, uma sandes de queijo, uma sandes de fiambre, um bolo, uma peça de fruta e, quando há, iogurte. Se se trata de uma família, a dose é a dobrar.
Para tudo isto, os voluntários fornecem a fruta, o queijo, o fiambre e têm uma escala mensal para confeção da sopa.
Mas era-lhes impossível suportar uma máquina destas sem apoios. Por isso mesmo, «puseram pés a caminho» e pediram, não para eles, mas para os outros. Hoje, contam com o apoio de vários restaurantes e pastelarias/confeitarias. Duas vezes por semana, lá andam eles a «fazer a ronda», a juntar as dádivas.
Não negam apoio a ninguém e não fecham a porta a quem é de fora de Leça da Palmeira.
Talvez o leitor deste artigo não saiba quem são estas pessoas voluntárias; talvez nem saiba quais são as padarias, confeitarias, restaurantes, que com eles colaboram. Mas é normal que assim seja. NÃO O FAZEM PARA TER VISIBILIDADE OU PROTAGONISMO.
FAZEM A VERDADEIRA SOLIDARIEDADE.
Para terminar, um último apontamento.
O Grupo de Voluntários Partilhar é uma família com portas abertas para receber também novos voluntários.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
Maria de Fátima, sugiro que se dirija à Igreja de Leça da Palmeira (no final de uma eucarístia) e fale com o Sr Padre Francisco, o qual responderá a todas as suas dúvidas.
Boa tarde
Gostava de saber se posso ajudar, como posso ajudar, o que posso fazer
Sei que há o grupo Partilhar, em que consiste?
Muito obrigada
Fãtima