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“Grã remédio é ter o espírito armado à má fortuna”. Assim escreveu o poeta António Ferreira, em Castro, e assim se reveste o espírito do Teatro Nacional São João (TNSJ) que, no ano em que assinala o Centenário do seu edifício, vai levar a sua essência até à casa de cada um. Para assinalar o Dia Mundial do Teatro, celebrado a 27 de março, o TNSJ preparou um programa virtual que pode ser acompanhado no site (www.tnsj.pt) e nas redes sociais (Facebook e Instagram) da Casa, até sábado, dia 28 de março.
Dia Mundial de Teatro com visita guiada online e apresentação de Castro
Às 18h00 de sexta-feira, “abrem-se” as portas do TNSJ para dar início a uma visita guiada online muito particular. A partir de casa, os “visitantes” vão ter a oportunidade de conhecer este Monumento Nacional, através daqueles que o estudaram, reabilitaram, dirigiram ou que já pisaram o seu palco. A “viagem” vai ser conduzida por nomes como Luís Soares Carneiro, João Reis, Emília Silvestre ou António Durães, numa edição do realizador Luís Porto.
Às 22h00, Castro, a tragédia renascentista portuguesa que relata o drama histórico (ou lendário) do amor vivido entre Pedro e Inês, vai ser apresentada online, espetáculo que o TNSJ, em circunstâncias normais, apresentaria na sua sala precisamente a partir deste dia. Encenada pelo diretor artístico do TNSJ, Nuno Cardoso, o espetáculo reveste-se de uma modernidade e de uma densidade intrínsecas, veladas pela poesia da linguagem e pela elocução. No dia anterior, 26 de março, a companhia “quase” residente da instituição portuense dá voz(es) ao Coro desta obra de António Ferreira.
A partilha da palavra e das memórias
As celebrações do dia dedicado ao Teatro, que começaram já esta segunda-feira, incluem a partilha, nas redes sociais do TNSJ, de memórias dos espectadores do São João que integram o Elogio do Espectador, o primeiro volume dos Cadernos do Centenário. A partir de hoje e até sábado, vão ser ainda disponibilizadas diariamente, em formato ebook de download gratuito no site do TNSJ, as quatro peças de Alfred Jarry – Rei Ubu, Ubu Agrilhoado, Ubu Cornudo e Ubu no Outeiro – que compõem Ubu, livro com tradução de Luísa Costa Gomes e edição TNSJ/Húmus. Simultaneamente, o TNSJ vai também partilhar um conjunto alargado dos seus manuais de leitura, espécie de programas de sala “vitaminados”, que reúnem textos críticos sobre as peças e os seus autores, entrevistas com encenadores ou notas sobre os ensaios dos espetáculos. Descritos pelo ensaísta António M. Feijó como “quase monografias sobre as peças”, os manuais de leitura vêm documentando as produções próprias do TNSJ desde 2003.
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