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Esta semana saiu na comunicação social o resultado de um estudo efetuado pela DECO relativamente ao grau de satisfação dos utilizadores dos transportes públicos. A grande novidade, segundo os títulos dos artigos/notícias nos diferentes meios de comunicação era que o metro é o meio de transporte que mais agrada aos utilizadores.
Sinceramente não vejo surpresa nenhuma nesta conclusão. Um dos principais motivos para a satisfação dos utentes é a pontualidade. Mas será que se pode comparar a pontualidade do metro com a dos autocarros?! O metro anda em via própria e tem prioridade sobre o restante tráfego, enquanto que os autocarros têm de se sujeitar às filas de trânsito que fazem parte do nosso quotidiano.
Relativamente a um outro aspeto de satisfação pelo metro é o conforto. Também concordo plenamente. É certo que andar sobre carris é mais confortável do que andar nas estradas muitas vezes esburacadas. Mas a verdade é que os autocarros podiam ser mais confortáveis do que realmente são. E neste estudo não me parece que tenha sido considerada a Resende, senão os resultados dos autocarros seriam ainda bem piores.
Se o metro é o transporte que mais agrada aos utilizadores, se olharmos em termos de empresa, o metro do Porto é aquele que revela um maior índice de satisfação.
Mas nós, leceiros, não temos o metro e temos de nos contentar com os autocarros, que apesar de todos os defeitos acima referidos, têm a vantagem de percorrer diferentes ruas e quase nos levar a casa. Só espero que não se lembrem de nos cortar de vez as linhas dos STCP – empresa que mesmo assim ainda tem uma taxa de satisfação de 61% – para nos deixar unicamente com as camionetas da Resende. Não tenho nada contra a empresa Resende, mas acho que a qualidade do serviço por ela prestada fica aquém do esperado.
Uma alternativa económica e saudável aos transportes públicos é a bicicleta. Muitas cidades europeias já dão prioridade a este meio de transporte em detrimento dos restantes. Contudo, andar de bicicleta nas cidades não é fácil e é perigoso.
Daí que as ciclovias sejam fundamentais, não só para os passeios/treinos de fim de semana, mas para o quotidiano. A Câmara Municipal de Matosinhos vai gastar meio milhão de euros na ampliação das ciclovias, passando a rede de 12 para 21 km.
Apesar do valor referenciado ser elevado, meio milhão de euros, parece-me positivo dotar a cidade de uma rede de ciclovias capaz. O que não me agrada, enquanto leceiro, é que uma vez mais, para a Câmara Municipal de Matosinhos, a cidade seja só do outro lado da ponte móvel. Pelas notícias vindas a público, todas as artérias que serão dotadas de ciclovias ficam no lado de Matosinhos: Avenida Serpa Pinto, Rua Heróis de França, Avenida da Republica, Rua Tomaz Ribeiro, Rua do Godinho, Rua 1º de dezembro, Rua Conde S. Salvador, Rua Álvaro Castelões, Rua França Júnior, Avenida Duarte Pacheco, Rua de Santo Amaro, Ligação da Avenida Duarte Pacheco à Ponte Móvel e a Ponte Móvel. Do lado de Leça apenas a ligação da Ponte Móvel à Avenida Antunes Guimarães.
Espero que esta implementação de ciclovias saia do papel e se transforme em realidade, mas espero, também, que a Câmara Municipal de Matosinhos alargue a rede de ciclovias às restantes freguesias, pois todos somos matosinhenses.
Até à próxima semana.
Saudações leceiras
Joaquim Monteiro
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